O presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), Carlos Magalhães, considerou hoje um retrocesso para o ensino superior a decisão do Governo de descongelar o valor máximo das propinas a partir do próximo ano letivo.
“Aquilo que prometia ser o virar de uma nova página para o ensino superior mostrou-se um retrocesso com o descongelamento das propinas do 1.º ciclo e da retirada do teto máximo das propinas de mestrado, deixando ao critério das instituições”, disse aos jornalistas.
O dirigente estudantil, que falava momentos antes de uma manifestação contra o descongelamento das propinas e pela gratuidade do ensino superior, salientou “que não dá para perceber a decisão do Governo”, quando não se aumentou as condições da habitação juvenil e a ação social tem sido insuficiente.
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Para Carlos Magalhães, não se entende o descongelamento do valor máximo das propinas e o modo como o Governo vai aumentar a qualidade e as condições do ensino superior português, quando, no início deste ano letivo, se registou o menor número de estudantes colocados dos últimos 10 anos.
O presidente da AAC admitiu o endurecimento da luta contra o descongelamento das propinas, em articulação com o restante movimento associativo estudantil, se o diálogo com o ministério da Educação não der resultados.
Dezenas de estudantes participaram ao final da tarde de hoje numa manifestação, que começou no largo Dom Dinis e terminou na Reitoria, no polo I da Universidade de Coimbra, depois de uma passagem pela Praça da República.
O protesto resultou de uma moção aprovada na última Assembleia Magna, no dia 17 de setembro, na qual foram lançadas duras críticas à decisão anunciada pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.
Os estudantes entoaram vários cânticos, em que se podia ouvir que a “propina é para acabar, não para aumentar” e que “o investimento vai ter de subir”.
Nas palavras de ordem gritou-se também que “ninguém vai recuar, propina é para acabar”.
Ao protesto juntou-se o candidato da CDU à Câmara de Coimbra, Francisco Queirós, e o coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop), André Pestana, que no final de 2024 anunciou a sua candidatura à Presidência da República.
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