Coimbra tem mais encanto com a sua memória, pelas ruas estreitas que cercam a Alta e a Baixa, da Universidade ao Mondego, e dos grandes nomes que a povoaram. A memória está na contemplação da História e em tudo o que é possível revelar. Para Marcel Proust, “o papel principal da memória é conservar não simplesmente as ideias, mas a sua ordem e a sua posição”.
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O português Eduardo Albuquerque e o francês Pierre Marie são amigos, historiadores e desenvolveram a ideia do projeto Rebobinar, que consiste em disponibilizar o conhecimento histórico através de formatos apelativos e rigorosos, para um público mais generalista. Eles contam a História pública, de territórios e de instituições. No ano de 2022 testaram formatos e deram a conhecer o projeto, através das redes sociais: Facebook, Instagram e YouTube; o lançamento oficial do Rebobinar só aconteceu em 2023, com o registo da marca.
No mesmo ano foram agraciados com o Prémio da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Speed Up para novos projetos. Participaram no programa “Desafios 5.0” e afirmam que foi um reconhecimento importante do trabalho e um incentivo para continuarem a fortalecer o projeto.
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O nome Rebobinar remete para o passado, para a geração X, que teve acesso a músicas e filmes através de cassetes, porque era obrigatório rebobinar a fita antes de voltar a usá-la. Mas, o projeto não é feito só de passado, é feito, também, de muitas ideias de futuro.
Os historiadores têm no currículo experiências na investigação, no trabalho em arquivo e na criação de conteúdos, além do processo de aprendizagem e de cidadania. “Procuramos fazer a ponte entre a investigação, os documentos históricos e o público. Atualmente, desenvolvemos atividades de consultoria científica, de criação de conteúdos multimédia e de serviço educativo. Para nós, é fundamental perspetivar o presente e a atualidade a partir da História,” acrescenta Eduardo Albuquerque e Pierre Marie.
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As histórias são novas na própria História e reforçam a vontade de fazer crescer este projeto com o apoio de quem já participou das atividades, “sentimos que a comunidade nos tem acarinhado. Cada dia que passa conhecemos caras e pessoas que nos perguntam pelas nossas atividades. Outras lançam-nos desafios e propõem-nos parcerias e atividades. Podemos dizer que estamos a criar sinergias com bairros e pessoas”, afirmam os empreendedores.
O passo seguinte é dar a conhecer o Projeto Rebobinar a instituições públicas e privadas que queiram investigar e divulgar a sua história para chegar a mais públicos. “A memória é uma ferramenta essencial para a divulgação da história. É uma forma de aproximar os mais jovens de acontecimentos, que podem parecer distantes, mas que tiveram impactos importantes. Igualmente, a história é uma ferramenta de valorização das comunidades e pode ser usada como meio aglutinador em comunidades e empresas”, acrescentam.
Está prevista, em 2024, uma exposição em parceria com o Centro de Documentação 25 de Abril e, ainda, atividades em escolas, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Estabelecer uma conexão com os jovens e criar meios de participação estimulando a curiosidade, faz parte da missão do projeto.
Segundo o filósofo e historiador escocês, David Hume, “a verdadeira viagem faz-se na memória”. A memória de Coimbra é milenar e Rebobina esse passado comum, talvez, ajude a encontrar um futuro melhor.
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