O Presépio do Prior, que surgiu movimentado e mecanizado em 1915, vai reabrir as portas no dia de Natal, no Museu Municipal da Ribeira Grande, continuando a afirmar-se como um “verdadeiro elemento identitário” deste concelho açoriano.
“Com mais de cem anos de história, o Presépio do Prior Evaristo Carreiro Gouveia continua a afirmar-se como uma das mais emblemáticas tradições natalícias da Ribeira Grande e um dos símbolos mais fortes da identidade cultural do concelho”, segundo a página Igreja Açores.
O presépio criado em 1915 “atravessou gerações, regimes políticos e profundas transformações sociais, mantendo-se como um ponto de encontro da vivência ribeiragrandense”.
A construção surgiu pela mão do presbítero Evaristo Carreiro Gouveia, então prior da igreja da Nossa Senhora da Estrela, na freguesia da Matriz, na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.
“Foi sob a sua orientação que o presépio foi montado pela primeira vez, envolvendo ativamente a Juventude Católica, também fundada pelo sacerdote. As crianças da catequese tinham a missão de inaugurar o presépio na noite de Natal, após a Missa do Galo, num ritual que rapidamente se enraizou na comunidade”, recorda o sítio Igreja Açores.
Ter “um presépio movimentado e mecanizado” era “algo praticamente inédito na ilha de São Miguel à época”, pelo que visitantes de todo o concelho e mesmo de fora dele foram desde logo atraídos.
“Excursões organizadas incluíam obrigatoriamente a visita ao presépio, que permanecia aberto desde o dia 25 de dezembro até ao Dia de Reis e, por vezes, ainda para além dessa data”, é explicado.
Ao longo das décadas, o projeto tornou-se “um verdadeiro elemento identitário da Ribeira Grande”, pois, para além da dimensão religiosa, integrou uma forte componente local, representando edifícios e tradições emblemáticas do concelho como a Câmara Municipal, o antigo Jardim Municipal, o Teatro Ribeiragrandense ou as Cavalhadas de São Pedro.
Teve também uma “importante vertente social e económica”, na medida em que algumas empresas locais “patrocinavam quadros do presépio, numa forma pioneira de publicidade, numa altura em que o número de visitantes chegava às 20 mil pessoas”.
Por outro lado, jovens aprendizes de várias profissões “colaboravam na construção das estruturas e as roupas das figuras eram costuradas por familiares”.
A partir da década de 1980, na sequência de um protocolo entre a Igreja Católica e a Câmara Municipal, o presépio passou a estar instalado na antiga Casa da Cultura, atual Museu Municipal da Ribeira Grande.
“Hoje, encontra-se montado de forma permanente e pode ser visitado durante todo o ano, sendo renovado na quadra natalícia com novas figuras e cenários, sem nunca ser desmontado”, é também descrito.
Este ano, o Presépio do Prior volta a abrir oficialmente ao público no dia 25 de dezembro pelas 15:00 locais (mais uma hora em Lisboa), no Museu Municipal da Ribeira Grande, e pode ser visitado no dia de Natal e a 01 de janeiro durante todo o dia.
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