Um estudo sobre o retábulo da igreja matriz de Pedrógão Grande, da autoria de João de Ruão, foi publicado em livro como homenagem ao escultor renascentista, disse hoje o autor à agência Lusa.
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“Este é o meu testemunho de homenagem ao artista francês João de Ruão”, adiantou Aires Henriques, salientando que em 17 de agosto de 2022 se completaram 100 anos do “reconhecimento oficial” daquela igreja como monumento nacional.
Com o título “João de Ruão e o retábulo de Nossa Senhora da Assunção de Pedrógão Grande”, a obra tem prefácio de Maria de Lurdes Craveiro, diretora do Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, e acaba de ser editada pela Hora de Ler.
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“Um novo texto sobre João de Ruão (1500-1580) significa sempre o reconhecimento do trabalho de um dos artistas mais marcantes no território da cultura humanista do Renascimento em Portugal”, afirmou Maria de Lurdes Craveiro, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Na sua opinião, esta “produção específica”, direcionada para Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, “sustenta uma aposta que vai ao encontro da dimensão de ‘autenticidade’ da sua obra, a maior parte das vezes envolta em indefinição autoral, dentro do ‘labirinto’ oficinal que mobiliza todo o aparelho complexo da produção, gerida e controlada por João de Ruão”.
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“Conhecedor do território alargado de Pedrógão Grande, como demonstrou já exaustivamente em várias publicações, Aires Henriques expressa invulgar sentido combativo em prol da absoluta necessidade da preservação patrimonial, não deixando, por esta via, de aproximar-se da dimensão intelectual cultivada pelo Humanismo quinhentista, com exigências científicas e formativas que se intuem no seu texto”, sublinhou.
João de Ruão, escultor e arquiteto, que desenvolveu “formação continuada” em Coimbra durante 50 anos, “na exploração das virtualidades da pedra de Ançã”, extraída na zona de Cantanhede, “continua a constituir um desafio interpretativo a vários níveis”, defendeu Maria de Lurdes Craveiro.
“Este livro é o repositório de um conjunto de propostas (…) sobre o património pedroguense, designadamente as que visam uma maior valorização da capela-mor renascentista da sua igreja matriz”, explicou no livro Aires Henriques, fundador e proprietário do Museu da República e Maçonaria, na aldeia de Troviscais, concelho de Pedrógão Grande.
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