Saúde

Estávamos enganados sobre o jejum…

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 06-11-2025

A crença de que pular o pequeno-almoço deixa a mente lenta e confusa pode afinal ser um mito.

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Um novo estudo internacional — o mais abrangente já realizado sobre o tema — conclui que o jejum intermitente não prejudica o desempenho cognitivo em adultos saudáveis.

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A investigação, que analisou 71 estudos científicos ao longo de quase sete décadas (1958–2025), reuniu dados de 3.484 participantes e 222 testes diferentes de memória, atenção e raciocínio. O resultado foi surpreendente: não há diferença significativa entre o desempenho mental de pessoas em jejum e as que se alimentaram recentemente.

Os investigadores explicam que, após cerca de 12 horas sem comer, o corpo passa a usar gordura como fonte de energia, transformando-a em corpos cetónicos, capazes de manter o cérebro ativo mesmo na ausência de glicose. Este mecanismo natural, herdado dos nossos antepassados, está também associado a benefícios metabólicos e de envelhecimento saudável, como a melhoria da sensibilidade à insulina e a ativação da autofagia, um processo celular de limpeza e regeneração, pode ler-se na Science Alert.

Apesar das boas notícias, os especialistas alertam que crianças e adolescentes não devem adotar práticas de jejum, pois os cérebros em desenvolvimento são mais sensíveis à falta de energia. Nestes grupos, os testes revelaram pior desempenho cognitivo quando as refeições eram omitidas.

Além disso, o momento do dia influencia os resultados: testes realizados mais tarde durante longos jejuns mostraram ligeiro cansaço mental, o que pode estar ligado aos ritmos circadianos naturais.

O estudo também descobriu que a fome não causa confusão universal, mas aumenta a distração quando pensamos em comida — pessoas em jejum distraem-se mais facilmente com imagens de alimentos.

Para a maioria dos adultos, os dados são tranquilizadores: é possível jejuar sem sacrificar o foco, a memória ou a produtividade. No entanto, não existe uma fórmula única. Pessoas com problemas de saúde ou que dependem de energia constante devem procurar orientação médica.

“O jejum deve ser visto como uma ferramenta pessoal, não como uma regra”, concluem os autores. “Os seus efeitos variam conforme a idade, o estilo de vida e o contexto de cada um.”

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