O Convento São Francisco apresenta, no domingo, dia 15 de junho, às 19:00 na Sala D. Afonso Henriques, o espetáculo de dança “Está Visto”, do criador português João dos Santos Martins.
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O espetáculo conta com a colaboração da pianista e compositora Joana Sá, da artista visual Ana Jotta, do designer de moda Filipe Faísca, do bailarino e coreógrafo Filipe Pereira, bem como da atriz Cláudia Dias, do intérprete de Língua Gestual Portuguesa Miguel Ralha e do barítono Rui Baeta. A arquitetura e a acústica do espaço da antiga igreja do Convento são exploradas ao longo da peça. Os bilhetes estão à venda nos locais habituais e a lotação é limitada a 100 espetadores.
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“Está visto” (2023) é o resultado de uma colaboração de João dos Santos Martins com a pianista e compositora Joana Sá e a artista visual Ana Jotta. Partindo do ciclo de canções Dichterliebe [Amor(es) de poeta], compostas por Robert Schumann em 1840, a peça apresenta-se em formato de recital, procurando com que as práticas de canto, piano e dança interajam. As canções de estilo romântico, com poesia de Heinrich Heine, falam de amor não correspondido. Esta falta de reciprocidade reproduz-se em ideias coreográficas que desarticulam a linguagem, fracionando o gesto com as letras das canções, o som e a escuta num corpo em atravessamento.
Em “Está Visto”, João dos Santos Martins adota atividades que não domina (canto lírico, alemão, língua gestual portuguesa e notação musical) para levar o corpo a um lugar de abertura incógnita. A voz desprende-se do corpo, as mãos estranham o espírito, o corpo separa-se do sujeito, o sujeito estranha-se, o corpo entranha-se. A colaboração com a pianista Joana Sá levou ao “desarranjo” da composição original de Schumann, dando espaço à escuta das suas aberturas, repetições e quebras, expandindo o piano e a partitura para o corpo e para outros corpos.
Dando continuidade às colaborações anteriores de “Onde Está o Casaco?” (2018) e “Saber Recuar” (2023), Ana Jotta volta a trabalhar com João dos Santos Martins, neste caso em particular, intervindo, além de outros aspetos, na elaboração do figurino que se torna também uma figura neste trabalho.
Para isso, Ana Jotta estendeu a colaboração ao designer de moda Filipe Faísca, com quem fez anteriormente a coleção “Jotta e Faísca” em 2001 para a Loja da Atalaia. Filipe Pereira, bailarino e coreógrafo que tem nos últimos anos desenvolvido o seu trabalho floral e cenográfico e colaborado no desenvolvimento do desenho de luz para as peças “Companhia”, “Coreografia” e “Trolaró” de João dos Santos Martins, volta a criar luz para um seu trabalho, no qual articula uma relação, sempre performativa, do gesto de dar a “ver”, no caso, entre ideias de mecânica e automatização.
Por fim, colaboram ainda a atriz Cláudia Dias na tradução dos poemas de Heinrich Heine para Língua Gestual Portuguesa, o intérprete de LGP Miguel Ralha no apoio gestual, e o barítono Rui Baeta no apoio vocal.
O bilhete geral tem um custo de 8€, sendo de 6€ para estudantes, maiores de 65 anos, grupos (mínimo de 10 pessoas), desempregados e profissionais de artes performativas e de música. Quem tiver o Cartão Amigo CSF, pode usufruir de 40% de desconto sobre o valor do bilhete. A lotação do espetáculo é limitada a 100 espetadores.
Os bilhetes estão disponíveis nos locais habituais, na Ticketline e na bilheteira do Convento São Francisco, que está aberta, diariamente, das 15:00 às 20:00. Para mais informações, é possível contactar o Convento, através do telefone 239 857 191 ou do e-mail bilheteira@coimbraconvento.pt, inclusive para a aquisição de bilhetes de Mobilidade Reduzida.
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