Entre vídeos virais e conselhos duvidosos de bem-estar, uma nova tendência emergiu no TikTok — e, desta vez, parece ter o apoio da ciência.
Chama-se fibremaxxing e consiste, como o nome indica, em maximizar a ingestão de fibra na alimentação diária.
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A moda ganhou tração depois de conteúdos partilhados por Pamela Corral, uma criadora de 25 anos conhecida pelos seus pudins de sementes de chia ricos em fibra. “A fibra é super fixe – acho que mais pessoas deviam comer fibra”, disse Corral ao New York Times.
Segundo a Euronews, esta é uma das poucas tendências de bem-estar da internet que os especialistas realmente aprovam. Boushra Dalile, investigadora de pós-doutoramento na KU Leuven, afirma que a ingestão de fibra “está bem documentada” como benéfica para a saúde: reduz o colesterol, regula o açúcar no sangue, combate a inflamação e pode proteger contra o cancro do cólon.
Além disso, estudos indicam benefícios para o coração, e até para o cérebro. Um relatório encomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) concluiu que aumentar o consumo de fibra de 25g para 29g por dia pode reduzir a mortalidade geral e por doença cardíaca em até 30%.
No entanto, Dalile alerta que qualquer mudança deve ser feita de forma gradual e sempre acompanhada de uma boa hidratação. Um aumento súbito na ingestão pode provocar gases, inchaço ou prisão de ventre. “É muito importante beber muita água quando se consomem alimentos ricos em fibras ao longo do dia”, sublinha.
A moda ganhou ainda mais força quando começou a ser associada à perda de peso. Um utilizador do TikTok chegou a afirmar que um smoothie rico em fibra lhe trouxe mais resultados em duas semanas do que anos de tentativas. Apesar disso, os especialistas pedem cautela: não há milagres. “A maioria dos conselhos de saúde online são anedóticos – e não devem ser tomados isoladamente”, reforça Dalile.
Para quem quer começar a aderir ao fibremaxxing, as sugestões incluem pequenos ajustes fáceis: trocar arroz branco por quinoa, usar sementes em saladas, misturar frutas inteiras em batidos ou adicionar leguminosas às sopas.
O essencial, dizem os especialistas, é variar. “Não se limite a apenas um tipo de fibra, porque cada fruta e vegetal contém diferentes tipos que são absorvidos de formas ligeiramente diferentes”, explicou a investigadora à Euronews.
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