Saúde

Esta doença na pele é “para a vida” e “não há sintomas que prevejam o seu aparecimento”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 8 meses atrás em 13-09-2023

A vitiligo é uma perturbação da pigmentação da pele e manifesta-se através de manchas mais claras que surgem no corpo. Não desaparecem e não voltam a ganhar a tonalidade original. São para a vida.

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“Não há sintomas que prevejam o seu aparecimento, não há forma de antever esta situação, mas há tratamentos que melhoram o aspeto das lesões. É uma doença crónica, não contagiosa, que altera o visual, a imagem. A forma de lidar com ela depende do perfil de cada um”, lê-se na Notícias Magazine.

“O vitiligo é uma doença autoimune, em que ocorre uma desregulação do sistema imunitário, que passa a atacar os melanócitos, as células da pele que produzem pigmento”, descreve Helena Toda Brito, médica dermatologista do Hospital Lusíadas Lisboa.

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Ana Moreira, dermatologista da Allure Clinic, explica o que se passa no organismo: “Os melanócitos deixam de produzir a melanina, ficam preguiçosos”.

“Não existe uma causa estabelecida para o vitiligo. Todavia, reconhece-se a importância da influência genética nesta patologia, assim como a sua associação a outras doenças autoimunes, nomeadamente da tiroide”, adianta Ana Pedrosa, dermatologista da Insparya e do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto. “A fricção local e os microtraumatismos continuados são espoletantes frequentes do aparecimento das manchas, que surgem caracteristicamente em áreas de atrito”, acrescenta. 

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As manchas, tipicamente brancas, podem também ser rosadas ou com tonalidades intermédias. Podem surgir no rosto, na zona à volta dos olhos, pescoço, mãos, pés, cotovelos, joelhos, na área genital. Podem aparecer numa área pequena e evoluir. “Os pelos nestas manchas surgem brancos”, avisa Ana Pedrosa.

A despigmentação da pele é silenciosa, aparece sem aviso. Numa fase inicial, raramente causa vermelhidão ou prurido. “A gravidade não é nenhuma, não dá comichão, não dá dor, é só mais pela parte estética”, realça a dermatologista Ana Moreira.

É uma doença com predisposição genética e não é contagiosa. Segundo Helena Toda Brito, não é possível evitar o aparecimento, mas é possível evitar os fatores que desencadeiam a doença, são eles: “stress, queimaduras solares, traumatismos locais, tatuagens”. “A progressão da doença é imprevisível e muito variável, podendo manter-se estável, regredir parcialmente ou alastrar progressivamente. Embora não seja possível impedir totalmente a progressão da doença, é possível evitar fatores desencadeantes como, por exemplo, proteção solar, adotar um estilo de vida saudável para reforçar o sistema imunitário (dieta saudável, exercício físico, redução do stress) e, quando indicado, realizar tratamento de manutenção indicado pelo médico dermatologista”, sublinha a especialista.

O vitiligo manifesta-se em cerca de 1% da população mundial. Não há um padrão definido na forma como ataca. Afeta homens e mulheres. “É mais frequente no adulto jovem, a idade média é de 20 anos, no entanto, pode surgir em qualquer idade, sendo raro em recém-nascidos e idosos”, diz Helena Toda Brito.

A despigmentação é crónica, mas há tratamentos. Segundo Ana Moreira, alguns corticoides, cremes e pomadas, fototerapia, estimulação com sol em meio controlado. Helena Toda Brito lembra que atualmente não há cura, mas há formas de melhorar o aspeto das lesões. “Os tratamentos tópicos, de aplicação local nas lesões, e a fototerapia, fontes artificiais de radiação ultravioleta, são os tratamentos mais utilizados para ajudar a restaurar a cor da pele”, indica.

O sol não é proibido, até ajuda na pigmentação da pele, obviamente com todos os cuidados e mais alguns, cumprindo horários aconselhados, com todas as precauções, previdências redobradas.

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