Coimbra

“Esta casa é do povo de Coimbra”. “Zé Manel a vereador da Cultura! Qual Silva? Diogo Já”

Notícias de Coimbra | 7 meses atrás em 12-10-2023

O movimento Cidadãos por Coimbra expressou esta quinta-feira a sua contestação quanto ao “procedimento inqualificável e indigno” da autarquia relativamente ao protocolo que estabeleceu com Associação Portugal Brasil 200 Anos (APBRA), liderada por José Diogo,  que transforma a Casa da Escrita em Casa da Cidadania da Língua.

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Ao lado do deputado municipal João Malva, que tinha um “Pinóquio” pendurado ao pescoço, o porta-voz do movimento fez questão de lembrar que “os titulares dos órgãos políticos numa cidade como a nossa não se distinguem só pelas ideias, mas pelos métodos”. O porta-voz do movimento Cidadãos por Coimbra explicou ao Notícias de Coimbra que “há uma lisura nos processos que foi completamente abandalhada durante todo este processo da Casa da Escrita”.   

Jorge Gouveia Monteiro disse que, apesar do processo só ter sido aprovado por voto de qualidade na reunião do executivo municipal no passado dia 2 de outubro, “já havia aqui (Casa da Escrita) um acampamento” por parte da APBRA.

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Ao mesmo tempo, lamentou “a encenação feita na reunião do executivo em que o presidente José Manuel Silva se retira da sala, depois da autoria e do complô feito que envolve outras personalidades de Coimbra, ausenta-se da votação para não participar”. “Como se a simples ausência da votação limpasse a barra de toda a autoria deste negócio”, disse.

O porta-voz referiu que nada move os Cidadãos por Coimbra contra os nomes e as pessoas que integram a APBRA, mas sim “a questão ética” de todo o processo.

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Veja o Direto Notícias de Coimbra com Jorge Gouveia Monteiro

 

4 representantes  do movimento que marcaram presença esta quinta-feira de manhã no edifício da Alta da cidade. À chegada da comitiva, bateram palmas e mostraram e disseram em voz alta algumas das mensagens de contestação: “Esta casa é do povo de Coimbra”, “Um pinta de malandro, influencer digital, malandro travestido de produtor cultural”, “Zé Manel a vereador da Cultura! Qual Silva? Diogo Já” e “O solar dos Kapangas é na rua da mãozinha”.

O presidente da câmara de Coimbra, José Manuel Silva, afirmou ao Notícias de Coimbra que esta contestação tem apenas um “cariz político”. Segundo o autarca, “o processo foi transparente e o protocolo é público”, lembrando que este tipo de acordos já existem “com outras entidades culturais”. Protocolos que, “ao contrário do que acontece aqui (Casa da Escrita), permitem a essas entidades deter a gestão total das diferentes estruturas culturais do município de Coimbra”.

“Não há aqui nada de novo nem é entendível porque é que se fez desta uma questão política”, afirmou, esperando que a queixa apresentada pelo movimento Cidadãos por Coimbra à Associação Transparência e Integridade mostre “a toda a gente que este é um processo transparente”.

Veja o Direto Notícias de Coimbra com José Manuel Silva

Refira-se que a Casa da Cidadania da Língua foi inaugurada esta quinta-feira 12 de outubro na antiga Casa da Escrita. O projeto, que terá a Associação Portugal Brasil 200 Anos (APBRA) como programadora desta infraestrutura cultural, propõe-se desenvolver debates, exposições, lançamento de livros, residências artísticas, cursos e outras iniciativas na antiga casa de João José Cochofel.

O protocolo foi aprovado no passado dia 2 de outubro na reunião do executivo, tendo o vice-presidente Francisco Veiga usado o “voto de qualidade” para aprovar o documento. Os vereadores da CDU (Francisco Queirós) e do Partido Socialista (Hernâni Caniço, Rosa Cruz, Raquel Santos e Rui Alírio) votaram contra.

O presidente da câmara, José Manuel Silva, esteve ausente da discussão e da votação pelo facto do seu irmão e antigo reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, ser um dos fundadores da instituição e, segundo o site da mesma, presidente da mesa da assembleia geral.

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