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Esta capela em Oliveira do Hospital é uma verdadeira obra-prima do gótico português

Notícias de Coimbra | 54 minutos atrás em 17-10-2025

A Capela dos Ferreiros, localizada na fachada norte da Igreja Matriz de Oliveira do Hospital, é um notável exemplar do gótico português da primeira metade do século XIV.

Construída por Domingos Joanes, um nobre de ascendência pouco conhecida, e dedicada à sua sepultura e à de sua esposa, Domingas Sabachais, a capela preserva a traça trecentista original e alberga o mais completo conjunto escultórico do primeiro gótico nacional, da autoria de Mestre Pero. A Capela dos Ferreiros foi classificada como Monumento Nacional em 1936.

O edifício é um espaço retangular modesto, com cerca de 6,50m x 3,50m, coberto por berço quebrado e iluminado por óculos quadrilobados. Apesar da sua simplicidade arquitetónica, o interior abriga um conjunto escultórico de grande relevância: retábulo, imagem da Virgem com o Menino, dois túmulos e a estátua de um cavaleiro medieval. Estas obras refletem a qualidade artística e o prestígio económico da família de Domingos Joanes, assim como a mestria de Mestre Pero, escultor de provável origem aragonesa que contribuiu para a renovação da escultura gótica portuguesa.

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O retábulo em calcário policromado apresenta cinco imagens em alto-relevo, destacando a Virgem com o Menino, ladeada por figuras dos doadores e anjos incensando. A escultura da Virgem com o Menino, em maior escala, exibe o movimento em ‘S’ característico do mestre, conferindo dinamismo à peça.

Os túmulos de Domingos Joanes e Domingas Sabachais, em granito e calcário, preservam detalhes minuciosos, como o jacente do nobre com espada embainhada e lebréu aos pés, e a representação delicada da esposa com véu e vestes longas, evocando a estética das imagens da Virgem.

A Capela dos Ferreiros destaca-se ainda pelo Cavaleiro Medieval, possivelmente representando Domingos Joanes, armado com maça, espada e escudo, montado num cavalo preparado para combate ou parada. Este conjunto torna a capela um dos mais importantes espaços funerários medievais de iniciativa privada que sobreviveram em Portugal, sendo referência essencial para o estudo da escultura gótica nacional.

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