Coimbra

Espírito Santo e Rainha Santa: tradição e fé cruzam-se em Soure e Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 12 minutos atrás em 09-07-2025

Imagem: Tradição do Ramo de Pinhões da Festa do Divino Espirito Santo (Soure) Facebook

A profunda ligação entre a antiga Ordem de Cristo, as Festas do Espírito Santo e a figura inspiradora da Rainha Santa Isabel continua a marcar a identidade espiritual e cultural de várias regiões de Portugal, em especial Soure, Coimbra e os Açores.

Após a extinção da Ordem dos Templários no século XIV, foi em território português, nomeadamente na região de Soure, que os seus valores espirituais e de fraternidade encontraram continuidade na recém-criada Ordem de Cristo, instituída por D. Dinis. Esta nova ordem não só herdou o espírito de serviço e devoção dos templários, como também deu impulso às celebrações do Espírito Santo, que viriam a ganhar expressão própria em diferentes zonas do país.

Nos Açores, estas festas são vividas com grande intensidade e simbolismo: coroações, distribuição de alimentos, “bodos” e impérios são expressão de uma fé enraizada na comunhão e na solidariedade comunitária.

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No continente, a tradição sobrevive com particular destaque na Aldeia do Espírito Santo, em Soure, onde se mantém viva a prática única do ramo dos pinhões, uma oferta simbólica cuidadosamente preparada, enfeitada e levada em procissão. Esta tradição representa fertilidade, abundância e renovação espiritual, e muitos acreditam que remonta aos tempos medievais, onde a espiritualidade da Ordem de Cristo se entrelaçou com as práticas populares e devocionais.

No centro desta herança está a figura da Rainha Santa Isabel, exemplo de caridade cristã e promotora incansável da paz e da justiça. A sua devoção ao Espírito Santo e o seu compromisso com os mais necessitados deixaram uma marca profunda nas festividades religiosas ligadas à partilha e ao cuidado pelo próximo.

A Rainha Santa Isabel é celebrada com grande fervor em Coimbra, onde passou os últimos anos da sua vida e onde repousa no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, e também em Soure, vila que lhe presta tributo com festividades religiosas e culturais que recordam o seu legado espiritual.

Deste modo, celebrar o Espírito Santo, e a própria Rainha Santa, é celebrar os valores que estruturam a identidade de um povo: fé, fraternidade, partilha e memória. Em cada coroa, ramo ou procissão, perpetua-se uma herança de séculos com raízes templárias.

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