Num final de tarde marcado pela emoção e solidariedade, o cantor André Sardet subiu ao palco do Convento de São Francisco para um concerto muito especial.
Entre os momentos mais marcantes da atuação esteve a interpretação de uma música escolhida por um pai, Rui Moreira, dedicada ao seu filho Manel, atualmente em tratamento oncológico.
O pedido partiu de Rui, que partilhou com o público a importância da canção no seio da sua família. “É talvez a música que um pai mais deve cantar ao filho quando sofre numa doença como esta”, afirmou, visivelmente emocionado. Manel, hoje com quase quatro anos, vive com a realidade da doença desde os dois.
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“Metade da vida tem sido com esta realidade”, confessou Rui, descrevendo o processo como “um percurso doloroso, com muitos altos e baixos, com muita esperança e muitas ilusões”.
A presença de amigos, profissionais de saúde e voluntários na plateia trouxe conforto e força ao pai. “É a família antes da doença e a família que ganhámos com a doença”, disse, referindo-se à rede de apoio criada em torno da oncologia pediátrica.
Rui sublinhou ainda a necessidade de transmitir uma mensagem de esperança, apesar da dureza do caminho: “A palavra hoje é esperança. E força.”
O concerto fez parte de uma iniciativa que visa alertar e sensibilizar para a realidade da oncologia pediátrica, uma realidade que, como explicou Rui, pode “tocar qualquer um” e não resulta, como em muitos casos de cancro em adultos, de hábitos de vida ou fatores ambientais. “É, muitas vezes, uma roleta da vida.”
Ao lado de Rui, André Sardet emocionou-se com a força do pequeno Manel e da sua família. “O Manel riu, cantou, deu-me um abraço… até me agradeceu”, partilhou o cantor. “São estes momentos que nos mostram que os nossos problemas são pequenos.”
Sardet aproveitou ainda para apelar à ação: “Se todos pudermos dar um bocadinho, seja como voluntários ou com gestos simples como doar 0,5% do IRS, já é muito.”
O músico destacou ainda que, apesar de gostar de estar presente, gostaria de “não ter de fazer esta atuação porque isso significaria que estes casos deixavam de existir.”
A emoção tomou conta do final do evento, mas a mensagem foi clara: é preciso continuar a lutar, a apoiar e a dar voz às famílias que enfrentam o cancro pediátrico todos os dias.
Veja o direto do Notícias de Coimbra:
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