A propósito do Dia Mundial da Diabetes (14 de novembro), uma doença que afeta cerca de 1,1 milhão de adultos em Portugal, especialistas em audiologia reforçam a urgência de incluir a saúde auditiva na gestão da diabetes, alertando para o facto de os adultos com diabetes terem o dobro da probabilidade de sofrer de perda auditiva em comparação com não diabéticos.
A perda auditiva associada à diabetes é tipicamente sensorioneural, um dano permanente nas células do ouvido interno ou no nervo auditivo. Frequentemente, começa por afetar as frequências mais altas, o que torna difícil ouvir conversas em ambientes com ruído ou distinguir sons mais agudos.
Um estudo recente do National Institute of Health revelou que 21% dos participantes com diabetes apresentavam perda auditiva, em contraste com apenas 9% dos adultos sem a doença. A diferença foi ainda mais notória nas altas frequências, essenciais para a compreensão da fala, afetando 54% dos diabéticos contra 32% dos não diabéticos. Os cientistas acreditam que os níveis elevados de açúcar no sangue danificam os nervos e os vasos sanguíneos do ouvido interno, um mecanismo semelhante ao que afeta outros órgãos.
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“A diabetes pode ser um fator de risco para a perda auditiva”, afirma Alexandra Margarido, audiologista na Widex – Especialistas em Audição. “A nossa missão no Dia Mundial da Diabetes é sensibilizar para o facto de que a gestão da diabetes deve ser holística. Um rastreio auditivo regular é um passo simples, mas fundamental, para garantir uma melhor qualidade de vida e evitar que os problemas de audição passem despercebidos.”
A recomendação é clara: as pessoas com diabetes devem realizar exames auditivos regulares como parte da sua rotina de cuidados de saúde, mesmo que não sintam dificuldades de audição. A deteção precoce é a chave para uma intervenção eficaz.
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