Justiça

Esfaqueia filho e pai durante festas de Mamodeiro e alega legítima defesa

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 horas atrás em 27-05-2025

 Um homem, de 36 anos, acusado de esfaquear um jovem e o pai deste durante as festas de Mamodeiro alegou hoje, no Tribunal de Aveiro, ter agido em legítima defesa quando estava a ser agredido pelos dois.

“Eles estavam em cima de mim a bater-me e como tinha o canivete aberto, sem querer, acabei por acertar num deles”, disse o arguido.

O arguido, que se encontra em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, está acusado de um crime de homicídio qualificado, na forma tentada, e outro de ofensa à integridade física qualificada.

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Um amigo do arguido responde no mesmo processo por um crime de ofensa à integridade física simples, por alegadamente ter atingido com um pontapé a vítima mais velha.

Perante o coletivo de juízes, o arguido, ao qual foram imputados os crimes mais graves, começou por contar que o canivete que trazia consigo tinha-lhe saído momentos antes numa máquina de brindes, num café onde tinha estado a consumir bebidas alcoólicas com um amigo.

Posteriormente, os dois dirigiram-se para as festas em Mamodeiro onde se depararam com as vítimas a dirigir-se para o carro.

O arguido contou que a vítima mais nova não terá gostado de alguma coisa que ele lhe disse e saiu do carro, começando a agredi-lo.

“Eu acho que não lhe disse nada de mal, mas pela reação dele deve ter sido uma provocação”, referiu, adiantando que a vítima deu-lhe um soco na face e o pai bateu-lhe na cabeça com uma chave de rodas.

O arguido disse que, após ter caído ao chão, tirou a navalha do bolso para tentar acabar com as agressões, acabando por atingir o pai e o filho.

O homem é suspeito de ter desferido três golpes na vítima mais nova, em diferentes partes do corpo, e um golpe no pai.

O arguido admitiu ainda que estava alcoolizado e não se apercebeu do que tinha acontecido, adiantando que acabou por fugir para um campo de milho, onde veio a ser detido pela GNR.

“Estava em pânico e pensei que ia morrer. Só pensei em fugir dali”, afirmou.

Os factos ocorreram na madrugada de 27 de julho de 2024, no recinto das festas de Mamodeiro, em Aveiro, quando as vítimas deixavam o local num veículo automóvel.

A acusação refere que os arguidos não deixaram a vítima que estava do lado do pendura fechar a porta e, quando este reagiu para forçar o fecho da porta e ficou de costas para os arguidos, um dos arguidos, desagradado com o facto de a vítima lhe virar as costas, empunhou uma navalha e desferiu com ela vários golpes no corpo da vítima.

Ainda segundo a acusação, o pai envolveu-se com este arguido fisicamente, quando lhe tentava retirar a navalha, tendo sido também esfaqueado, e caiu ao chão, acabando por ser agredido com um pontapé nas costas pelo segundo arguido.

O filho sofreu graves ferimentos e teve de ser internado no hospital de Aveiro.

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