Coimbra

Escritor Assis Pacheco homenageado em Coimbra nos 25 anos da sua morte

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 02-12-2020

O jornalista e escritor Fernando Assis Pacheco vai ser homenageado em Coimbra com um programa cultural que assinala os 25 anos da sua morte, com início na sexta-feira.

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Natural da cidade do Mondego, Assis Pacheco (1937-1995) frequentou o Liceu D. João III, atual Escola Secundária José Falcão, e depois a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), onde em 1961 se licenciou em Filologia Germânica, tendo morrido aos 58 anos, em Lisboa, no dia 30 de novembro de 1995.

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Com um ciclo de quatro sessões, intitulado “Fernando Assis Pacheco: 25 anos depois”, na Casa da Escrita, a Câmara Municipal e o Centro de Literatura Portuguesa (CLP) da Universidade de Coimbra pretendem “honrar a memória e a obra” do autor, ao longo de um ano, disse hoje a vereadora da Cultura, Carina Gomes, à agência Lusa.

De acordo com Carina Gomes, a ideia inicial “era comemorar também os 10 anos da Casa da Escrita”, que a autarquia instalou no edifício onde viveu o poeta neorrealista João José Cochofel (1919-1982), mas o projeto acabou por ser parcialmente adiado devido à pandemia da covid-19.

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Naquela habitação da Alta de Coimbra, igualmente conhecida por Casa do Arco, onde nasceu o movimento do neorrealismo, João Cochofel reuniu-se ao longo da vida com nomes da literatura, das artes e do pensamento político como Fernando Namora e Carlos Oliveira, mas também Eduardo Lourenço, que morreu na terça-feira, com 97 anos.

“Queremos que a memória e a obra de Assis Pacheco ultrapassem as fronteiras da Casa da Escrita e da cidade”, sublinhou, explicando que, face às restrições da pandemia, a Câmara Municipal vai equipar a sala com meios tecnológicos que assegurem o acesso remoto dos interessados, que poderão assistir às intervenções em suas casas.

Na primeira etapa da evocação, na sexta-feira, às 18:00, moderada pelo professor da FLUC António Apolinário Lourenço, participam Francisco Louçã e Teresa Carvalho.

“Nos seus anos juvenis, a música e o futebol foram duas das grandes paixões de Fernando Assis Pacheco, tendo sido praticante do referido desporto nos escalões jovens da Académica”, disse Apolinário Lourenço à Lusa.

Enquanto aluno da FLUC, o futuro escritor “envolveu-se no movimento associativo estudantil e em atos de protesto contra os governos da nação e da Universidade”, salientou.

Também promotor do ciclo de debates, em representação do Centro de Literatura Portuguesa, Apolinário Lourenço disse que o homenageado “participou como ator em espetáculos” do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) e do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC).

“Foi também membro do Orfeão Académico de Coimbra, o que lhe permitiu conviver com o cantor e compositor José Afonso, que costumava acompanhar as digressões do Orfeão. Vem também dessa época a amizade nunca interrompida com José Carlos de Vasconcelos e Manuel Alegre”, acentuou.

Segundo Apolinário Lourenço, as restantes três sessões decorrerão em 2021, contando com a presença de “outras personalidades da vida cultural portuguesa, amigos e estudiosos da obra do escritor”, como José Carlos de Vasconcelos, seu amigo dos tempos de Coimbra e colega em vários órgãos de comunicação social, Abel Barros Baptista, responsável pela organização do livro que recolhe toda a poesia de Assis Pacheco – “A Musa Irregular” –, e Nuno Costa Santos, que lhe dedicou um documentário audiovisual e o livro intitulado “Trabalhos e Paixões de Fernando Assis Pacheco”.

Todos os momentos deste ciclo serão animados com a leitura de poemas do autor por elementos da companhia de teatro Bonifrates.

A última sessão deverá realizar-se no dia 30 de novembro de 2021, na Faculdade de Letras, 60 anos depois de Fernando Assis Pacheco nela se ter licenciado com uma tese intitulada “Notas para a compreensão de Stephen Spender”.

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