“Escola do Mar” na Figueira da Foz com cursos de pós-graduação e técnicos especializados

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 05-12-2017

Segundo a agência Lusa a Escola do Mar marca a estreia do ensino superior público na Figueira da Foz e vai possuir cursos de pós-graduação e técnicos especializados a partir de 2018, disse fonte da instituição.

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A nova escola, localizada no edifício da Casa dos Pescadores de Buarcos, foi formalizada num acordo entre a Coimbra Business School, do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), e a Misericórdia – Obra da Figueira, proprietária do prédio, representando um investimento total de cerca de 120 mil euros, assumido em partes iguais pelos dois parceiros.

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Em declarações à agência Lusa, Jorge Conde, presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, disse que pretende fazer uma “discussão interna” sobre a oferta formativa da instituição e que “há espaço” para a área do mar, no médio prazo, em termos de graus académicos (licenciatura e mestrado).

“Há um conjunto de áreas que não temos e tudo o que é ligado ao mar nós não temos. Não temos nada que tenha a ver com pescas, com engenharia naval, nada que tenha a ver com turismo de mar, temos um curso de turismo, mas não temos nada específico nessa área”, afirmou.

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“Isto significa que há espaço para uma escola nesta área, que para já vai começar com cursos de curta duração, pós-graduações, ofertas acima e abaixo do nível de licenciatura, mas isso não significa que num médio prazo não possamos ambicionar um outro registo numa escola ligada ao mar”, indicou Jorge Conde.

Manifestando-se disponível para equacionar esse cenário, apontou um prazo de cinco anos para o poder vir a concretizar, avaliando as condições económicas e financeiras e a viabilidade de um eventual processo de acreditação de novos cursos na área do mar.

“Se o Politécnico tiver de fazer uma escola do mar com graus académicos, não faz sentido que a faça em Coimbra. Em Coimbra, o único barco que temos anda para cima e para baixo à volta da ponte rainha Santa [no rio Mondego]”, ilustrou Jorge Conde.

O acordo de constituição da Escola do Mar, assinado na noite de segunda-feira, reúne, para além das entidades promotoras, um consórcio de associações onde se inclui o Stella Maris de Buarcos, Centro de Estudos do Mar (CEMAR), Associação Goltz de Carvalho, Ginásio Clube Figueirense e Associação de Desenvolvimento Mais Surf.

Na altura, foi anunciado outro conjunto de entidades que manifestaram a intenção de se associar à Escola do Mar – que inclui, entre outras, a Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, administração portuária e as empresas Navigator Company, Celbi, Verallia e Microplásticos – mas do lote não consta a autarquia da Figueira da Foz, embora o presidente da Câmara, João Ataíde, presente na cerimónia, tenha manifestado disponibilidade para apoiar o desenvolvimento do projeto.

“Obviamente que [a autarquia] estará disponível e faremos as conversações necessárias com o Instituto Politécnico. Folgo em ver agora [no IPC] uma direção empenhada, isto é um embrião, se crescer, a Câmara só tem de acompanhar o ritmo de crescimento e incentivar o compromisso do Politécnico com a cidade”, declarou.

“E esta vertente do mar é onde nos podemos agarrar. Se o fazemos ao nível da investigação [com o laboratório Marefoz, da Universidade de Coimbra], também o devemos fazer ao nível da formação”, afirmou João Ataíde.

O autarca disse que “não faz qualquer sentido” que o concelho “responsável por mais de 50% do PIB [Produto Interno Bruto] da região não tenha ensino superior” e argumentou que os polos das universidades Católica e Internacional que chegaram a existir na cidade falharam porque “não tiveram um verdadeiro entrosamento com a realidade local, com as empresas e o potencial dos ativos”.

Já Joaquim de Sousa, provedor da Misericórdia – Obra da Figueira, lembrou as tentativas realizadas nas décadas de 1960 e 1980 para realizar cursos de verão e um polo de biologia marinha da Universidade de Coimbra “que não quis” e considerou a nova Escola do Mar como “um primeiro passo” para concretizar a ambição de existirem graus académicos de ensino superior público na cidade.

“Mas não vai ser fácil, nem simples, nem rápido, conseguir consolidar a Escola do Mar de Buarcos”, avisou.

Nota da direcção do Notícias de Coimbra: O ISCAC –  Coimbra Business School não convidou o Notícias de Coimbra para a cobertura deste acontecimento.

Não é a primeira vez que esta instituição pública nos afasta dos seus eventos, o que poderá obrigar-nos a apresentar queixa junto das autoridades competentes.

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