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Equipa de Coimbra participa em ensaio clínico mundial sobre novo tratamento para a esclerose múltipla pediátrica

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 11-09-2020

Os resultados da primeira fase de um ensaio clínico realizado à escala mundial revelam que o fármaco “Teriflunomida”, administrado por via oral, é eficaz e seguro no tratamento da esclerose múltipla em idade pediátrica.

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Este estudo, que avalia a eficácia e segurança do fármaco na fase inicial da doença, começou em 2016 e envolve 166 crianças, recrutadas em 59 instituições de saúde de 23 países – Bélgica, Bulgária, Canadá, China, Eslovénia, Espanha, Estónia, EUA, França, Grécia, Israel, Líbano, Lituânia, Macedónia do Norte, Marrocos, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Rússia, Sérvia, Tunísia, Turquia e Ucrânia.

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Em Portugal, o ensaio clínico denominado “TERIKIDS” decorre no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e é liderado por Filipe Palavra, neurologista pediátrico e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

Os resultados obtidos até agora revelam «uma redução de aproximadamente 34% do risco de surto clínico nos doentes tratados com teriflunomida, em comparação com o placebo [substância sem efeitos farmacológicos, usada em ensaios clínicos para efeito de controlo], assim como uma redução significativa (43%) do tempo até se diagnosticar um surto clínico ou se modificar a atitude terapêutica devido ao aumento do número de lesões identificadas por ressonância magnética (RM)», relata Filipe Palavra.

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Verificou-se, também, que o fármaco reduziu o número de lesões novas ou de tamanho aumentado, detetadas por RM, em cerca de 55% e o número de lesões com realce após administração de gadolínio (lesões ativas) em cerca de 75%. Além disso, a teriflunomida foi bem tolerada pelas crianças e adolescentes que participam no estudo. 

Entretanto, o ensaio clínico continua a decorrer, por forma a permitir a acumulação de dados que possam «conduzir à aprovação formal da utilização da teriflunomida no tratamento de crianças e adolescentes com diagnóstico de esclerose múltipla, no futuro. E este aspeto tem um impacto na prática clínica, dado que as opções terapêuticas existentes para esta faixa etária são escassas», adianta o especialista da FMUC.

Filipe Palavra reconhece ainda que «a investigação clínica em doenças complexas como a esclerose múltipla é um desafio muito grande, apenas exequível porque existem doentes e famílias disponíveis para participar em programas exigentes, de acompanhamento clínico muito assíduo, e também equipas de profissionais motivados que, para além das suas funções assistenciais, dedicam parte do seu tempo à investigação científica. Médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, técnicos de laboratório e de radiologia, secretários clínicos e assistentes operacionais, todos são imprescindíveis para que se possa fazer ciência no nosso hospital.»

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