Coimbra

Enfermeiro do INEM é o novo comandante dos Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 13-01-2020

Um enfermeiro pertencente aos quadros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi hoje apresentado como novo comandante dos Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz, que estavam sob comando interino há 15 meses, desde a tempestade Leslie.

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Nuno Pinto, 42 anos, especialista em enfermagem médico-cirúrgica e bombeiro voluntário na corporação de Castro Daire há mais de 20 anos – na qual desempenhou, na última década, a função de adjunto do comando – foi nomeado pelo presidente da autarquia da Figueira da Foz, em comissão de serviço, por um período de cinco anos, após a demissão do anterior comandante em outubro de 2018.

Em declarações aos jornalistas, Carlos Monteiro assumiu que a nomeação do novo comandante “demorou”, argumentando que, de acordo com a lei, a escolha teria de recair em alguém em funções na administração pública e que para ser libertado das mesmas “as coisas são relativamente morosas”.

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Depois de ao longo de mais de um ano a autarquia ter visto negada a pretensão de nomear, primeiro, um oficial da Unidade de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e depois outro do Exército “que se foi protelando no tempo”, Carlos Monteiro destacou a “abertura e disponibilidade excecional” do presidente do INEM, Luís Meira, ao aceitar o pedido de comissão de serviço do novo comandante.

“Não é uma segunda escolha, é uma outra escolha”, enfatizou o autarca, apontando a “experiência vasta” de Nuno Pinto e sublinhando que a escolha do novo comandante foi “articulada” com o Comandante Operacional Distrital (CODIS) de Coimbra, Carlos Luís Tavares.

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Questionado sobre a situação atual dos bombeiros sapadores da Figueira da Foz, que contam com 34 operacionais, metade do quadro de pessoal, Carlos Monteiro frisou que a gestão da corporação tem sido realizada “entre o ótimo e o possível”.

O autarca lembrou que a juntar ao novo quartel inaugurado em 2015, em 2019 a corporação de municipais passou a bombeiros sapadores, o que representou um acréscimo total de 300 mil euros na massa salarial (de 600 mil para 900 mil euros).

“Há falta de uma autoescada, mas vamos ter de aguentar, reforçámos o protocolo com os Bombeiros Voluntários e felizmente existe uma autoescada excecional na Figueira da Foz. A Figueira tem essa grande vantagem, é dos poucos municípios que tem um corpo de Sapadores [existem 24 em Portugal continental] e felizmente também tem um corpo de Voluntários muito bom [o que só ocorre, fora das capitais de distrito que têm bombeiros sapadores, nos municípios de Vila Nova de Gaia e Lousã]. Está bem entregue, a segurança das pessoas está salvaguardada”, frisou Carlos Monteiro.

Aos jornalistas, o novo comandante dos Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz revelou que aceitou “imediatamente” o convite, acentuando que é um “desafio difícil por natureza” devido às “múltiplas” características do município do litoral do distrito de Coimbra, onde irá assumir, igualmente, as funções de coordenador municipal de Proteção Civil e aposta num “trabalho longo para massificar a prevenção”.

Por outro lado, reconheceu a diferença para Castro Daire – no distrito de Viseu, concelho de onde é natural – que possui uma população quatro vezes inferior à da Figueira da Foz e onde o risco incide, predominantemente, nos fogos florestais e rurais.

“O nível de população quer dizer tudo e [aqui] o risco aumenta drasticamente. E essa multiplicidade de áreas [num município ligado ao turismo e também à indústria, com rio, mar e uma grande mancha florestal] é o grande desafio”, argumentou Nuno Pinto.

Adiantou que vai comandar uma corporação “reconhecida” quer em Portugal, quer no estrangeiro, notando que as “dificuldades inerentes” a uma corporação de bombeiros voluntários como aquela em que desempenhou funções em Castro Daire são diferentes das existentes numa corporação profissional.

“Aqui, o profissionalismo é uma vertente mais facilitadora para responder de forma eficiente as solicitações”, alegou.

Questionado pela Lusa sobre se vai pedir a compra de ambulâncias à Câmara Municipal – já que os bombeiros sapadores são a única corporação de bombeiros do país que não possui serviço de emergência de saúde, uma decisão tomada no início da década de 1980 e que se mantém até hoje – Nuno Pinto respondeu ter “a certeza” de que a Figueira da Foz “está extremamente bem servida em termos de resposta da emergência pré-hospitalar”.

O novo comandante dos Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz – que desempenhava, até à data e entre outras, as funções de enfermeiro na Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) da delegação regional de Coimbra do INEM, bem como nas equipas médicas da base de helicópteros de Santa Comba Dão – lembrou que o município possui três postos de emergência médica do INEM, com ambulâncias nos Bombeiros Voluntários, Cruz Vermelha Portuguesa e Hospital Distrital e uma VMER, também localizada naquela unidade de saúde.

“Perante isto, é evidente a qualidade, não vejo necessidade para mexer, em equipa que ganha não se mexe”, frisou Nuno Pinto.

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