Coimbra

Empresário português raptado

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 07-10-2025

 Um empresário português foi raptado esta manhã na baixa da capital de Moçambique, em frente ao seu estabelecimento comercial, disse à Lusa fonte da polícia, sendo o primeiro caso do género conhecido publicamente desde junho.

“O rapto ocorreu por volta das 06:00 [05:00 em Lisboa]”, disse à Lusa Hilário Lole, porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (Sernic) em Maputo.

Segundo a polícia, o português, que tem também nacionalidade moçambicana, foi interpelado na avenida Zedequias Manganhela por seis indivíduos munidos de armas de fogo do tipo AKM e pistolas, tendo sido conduzido à força para uma viatura sem matrícula.

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Fontes no local avançaram que o homem de cerca de 60 anos era proprietário de uma empresa de venda de acessórios de viaturas e foi raptado em frente ao seu estabelecimento comercial.

Imagens captadas por uma das testemunhas no local mostram o momento em que pelo menos dois dos alegados raptores interpelam a vítima quando saía da viatura, sendo arrastado para um outro veículo. Após alguns segundos, um terceiro elemento do grupo entra na viatura e a mesma coloca-se em movimento.

Segundo o porta-voz da polícia decorrem diligências para a identificação do grupo e resolução do crime.

Este é o primeiro caso de rapto conhecido publicamente no país desde meados de junho.

Um cidadão de nacionalidade libanesa, proprietário de uma farmácia, foi raptado em 21 de junho, no centro de Maputo, disse à Lusa na altura o chefe do Departamento de Relações Públicas no comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Maputo, José Macuácua.

Em 12 de junho, as autoridades policiais moçambicanas anunciaram que o número de raptos em Maputo caiu para metade nos primeiros cinco meses do ano, com quatro casos, contra oito em igual período de 2024.

“Os casos de rapto na cidade de Maputo tendem a reduzir e, como podemos notar, até este último caso foi imediatamente esclarecido”, disse o porta-voz do Sernic, João Adriano.

Em fevereiro, um luso-moçambicano foi raptado por um grupo de quatro pessoas armadas na Polana Caniço, também em Maputo.

Desde 2011, uma onda de raptos afeta Moçambique e as vítimas são, sobretudo, empresários e seus familiares, principalmente pessoas de ascendência asiática, um grupo que domina o comércio nos centros urbanos das capitais provinciais no país.

Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho do ano passado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende ser tempo de o Governo dizer “basta”.

A maioria dos raptos cometidos em Moçambique é preparada fora do país, sobretudo na África do Sul, disse em abril de 2024, no parlamento, a antiga procuradora-geral da República Beatriz Buchili.

A polícia moçambicana registou, até março de 2024, um total de 185 raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, indicam os últimos dados avançados pelo Ministério do Interior.

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