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Empresa garante que apagão “não voltará a acontecer” e as causas estão “mais ou menos localizadas”

Beatriz Corredor, presidente da Red Eléctrica de España (REE), veio a público esta quarta-feira, 30 de abril, afastar qualquer ligação entre o apagão de segunda-feira e a elevada utilização de energias renováveis no país, garantindo que o sistema elétrico demonstrou resiliência e que o incidente não se repetirá.
“Não é verdade associar este incidente tão grave à penetração das renováveis. Não é correto”, afirmou, em entrevista à rádio Cadena Ser, sublinhando que estas fontes de energia “já funcionam de forma estável” e são hoje operadas com mecanismos que as colocam ao nível das tecnologias convencionais.
O apagão, que afetou as ligações com França e deixou temporariamente sem eletricidade vastas zonas da Península Ibérica, continua sob investigação, mas as causas estão, segundo Corredor, “mais ou menos localizadas”. A responsável indicou que, em apenas cinco segundos, ocorreram duas grandes desconexões que levaram à falha generalizada do sistema.
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Apesar das dúvidas iniciais, a REE garante que não há evidências de falhas técnicas nem ciberataques, e descarta também qualquer problema de sobrecarga causado por excesso de renováveis. “Já operámos o sistema com níveis de renováveis muito mais elevados, sem qualquer risco para a segurança”, assegurou a presidente.
Corredor também desvalorizou um relatório anterior da própria REE, que alertava para possíveis riscos relacionados com a intermitência das fontes renováveis. “É um documento com horizontes de 30 a 50 anos, sem caráter técnico. Não reflete a situação atual nem a causa do apagão”, esclareceu.
Em conferência de imprensa na segunda-feira, o diretor de operações da REE, Eduardo Prieto, afastou a hipótese de ataque informático e admitiu que a falha poderá estar ligada a perdas súbitas de geração, possivelmente solar, no sudoeste do país.
Apesar do incidente, a presidente da REE recusa demitir-se. “Seria admitir que não atuámos bem, e isso não é verdade. O sistema respondeu como devia. Foi restabelecido sem falhas estruturais”, garantiu.
Beatriz Corredor terminou com uma mensagem de confiança: “Foi a primeira vez em 50 anos. Não voltará a acontecer. Os cidadãos podem ficar tranquilos.”
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