Coimbra

Empresa de Coimbra desenvolveu tecnologia para sonda que vai estudar Júpiter

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 11-04-2023

A Active Space Technologies, empresa da área espacial com sede em Coimbra, avançou hoje que desenvolveu uma tecnologia para a sonda JUICE, que será lançada quinta-feira em direção a Júpiter, para estudar o seu sistema espacial.

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Em declarações à agência Lusa, o business developer da Active Space, Filipe Castanheira, explicou que a colaboração na missão Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE), um projeto da European Space Agency (ESA), teve início em finais de 2016.

“Demorámos cerca de cinco anos a desenvolver esta tecnologia, que ficou pronta em finais de 2021. Tivemos uma equipa de cinco elementos a trabalhar neste projeto em permanência, contando com colaborações curtas e pontuais de outros elementos já na fase final”, descreveu.

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De acordo com Filipe Castanheira, a Ative Space foi responsável pela entrega do ‘pointing mechanism’ da antena de ganho médio do JUICE – uma das várias antenas da sonda.

“Garantimos o seu codesenvolvimento, bem como todo o seu fabrico, testes e validação do mecanismo de orientação da antena. Só para ter uma ideia, a fase de fabrico incluiu vários modelos: primeiro os modelos de teste para validar a tecnologia, depois o modelo de voo que está montado na sonda para voar dia 13 de abril e ainda o modelo substituível, para o caso de haver algum problema”, informou.

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À Lusa, business developer da Active Space destacou que trabalhar num longo período neste subsistema de grande complexidade permitiu à empresa “adquirir uma série de novas competências e valências”.

“Permitirão ‘atacar’ sistemas de igual complexidade, tendo feito a empresa subir na cadeia de valor. Permite também que Portugal, enquanto país, possa adquirir mais competências e ser considerado um potencial ‘desenvolvedor’ e fornecedor de sistemas complexos”, acrescentou.

A sonda, lançada na Guiana Francesa a 13 de abril, fará observações detalhadas de Júpiter e suas três grandes luas oceânicas – Ganimedes, Calisto e Europa – com um conjunto de instrumentos de deteção remoto, geofísicos e in situ.

“Vai permitir estudar o que se passa nos grandes gasosos e estudar com detalhe a sua composição, o sistema, a forma como as luas interagem com o planeta”, indicou.

A Active Space Technologies, do universo Grupo BEL, é uma empresa de engenharia que fornece sistemas eletromecânicos para as indústrias espacial, aeronáutica e nuclear.

Foca a sua atividade em estruturas complexas, mecanismos e instrumentação para o espaço, sistemas de controlo térmico e estrutural para aplicações espaciais, monitorização de sistemas em ambientes extremos e sistemas de manuseamento remoto para ambientes perigosos.

Com os seus dois edifícios instalados no Parque Industrial do Taveiro (Coimbra), em setembro do ano passado, a Active Space já tinha dedicado mais de dois milhões de horas ao espaço, contribuindo para perto de três dezenas de missões em prol da ciência e da observação da Terra.

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