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Emitimos luz até morrer

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 horas atrás em 15-05-2025

Imagem: depositphotos.com

Pode parecer argumento de um filme de ficção científica, mas trata-se de ciência: um novo estudo conduzido por investigadores da Universidade de Calgary e do Conselho Nacional de Investigação do Canadá revelou que os seres vivos emitem uma luz fraca enquanto estão vivos — e que essa luz desaparece quando morrem.

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A investigação centrou-se na análise de um fenómeno conhecido como emissão ultra fraca de fotões (UPE), uma forma de radiação luminosa extremamente ténue, invisível ao olho humano, mas detetável através de câmaras ultra sensíveis. Os testes foram realizados com ratos e plantas, como folhas de Arabidopsis thaliana, e os resultados foram surpreendentes.

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Os cientistas observaram quatro ratos vivos numa câmara escura, durante uma hora. Após serem eutanasiados, os mesmos foram novamente monitorizados, mantendo a temperatura corporal constante para evitar interferências. A conclusão foi clara: a luz emitida pelos corpos caiu abruptamente após a morte.

O mesmo fenómeno foi observado nas plantas. Quando sujeitas a stress — como cortes ou contacto com substâncias químicas —, as zonas afetadas brilhavam de forma mais intensa, revelando que o brilho celular está ligado ao estado de saúde do organismo.

Mas afinal, de onde vem esta luz? A explicação científica aponta para as chamadas espécies reativas de oxigénio, moléculas que se formam naturalmente nos seres vivos quando sujeitos a stress. Ao reagirem com proteínas ou gorduras, estas moléculas libertam energia sob a forma de fotões, criando o tal brilho microscópico, pode ler-se no Leak.

Apesar de fazer lembrar teorias esotéricas sobre “auras” ou campos energéticos, este fenómeno tem uma base científica rigorosa e promissora. Os investigadores acreditam que, no futuro, esta tecnologia poderá ser usada em diagnósticos médicos não invasivos, no controlo de qualidade de alimentos ou na monitorização da saúde das plantas.

A descoberta sugere, de forma poética e real, que a vida literalmente emite luz — e que a sua ausência pode ser o mais silencioso dos sinais de fim. Uma nova janela sobre o que somos, à luz da ciência.

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