Coimbra

ECOVIA: Somos Coimbra critica tarifário e propõe alternativas mais económicas

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 17-08-2021

A Ecovia – um sistema “park & ride”, relançado pela Câmara Municipal de Coimbra através dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), vai passar a ter um novo bilhete de duas deslocações para acompanhantes dos condutores de viaturas a um preço mais reduzido, de 1,5 euros. O objetivo é promover a partilha da viatura e contrariar a tendência das deslocações de carro na cidade se limitarem a uma só pessoa por veículo, explica o município.

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Os acompanhantes dos condutores que deixam a sua viatura nos parques da Ecovia pagam, atualmente, o mesmo valor por um bilhete de duas deslocações: 2,6 euros. Uma situação que é justificada pelo facto de o estacionamento ser gratuito e, por isso, o valor das deslocações ser o mesmo para condutores ou acompanhantes. Contudo, verificou-se que há interesse em promover a partilha da viatura própria, uma vez que, regra geral, as deslocações de carro na cidade acontecem com apenas uma pessoa por viatura. Com o objetivo de promover essa partilha, será então criado um bilhete específico para os acompanhantes dos condutores, a um preço mais reduzido, de 1,5 euros por duas deslocações.

Este novo título de transporte apenas poderá ser adquirido nos parques de estacionamento Ecovia, sendo necessário que a aquisição seja feita mediante a presença do acompanhante a bordo da viatura. Este título será, assim, validado no ato da aquisição. Importa, ainda, referir que o novo título de transporte só deverá entrar em vigor quando estiver em funcionamento o novo Sistema de Bilhética Multimodal, o que os SMTUC preveem acontecer ainda neste terceiro trimestre do ano, pois deste modo serão evitados custos de adaptação do atual sistema.

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Este assunto foi analisado na última reunião do executivo municipal, que se realizou ontem. Na reunião, foi ainda abordada a venda de bilhetes do sistema Ecovia no parque de estacionamento do Parque Verde, que ao início não possibilitava a venda de bilhetes a clientes ocasionais. Os clientes não podem, efetivamente, adquirir o carregar os seus títulos (de 2 ou 4 deslocações + estacionamento) à entrada do parque, mas já é possível retirar o ticket normal, à semelhança dos restantes utilizadores ocasionais, e após estacionar ou ainda dentro da viatura, deslocar-se à cabine de controlo e adquirir o bilhete pretendido. Depois da deslocação pretendida, no regresso ao parque, antes de retirar a viatura, o cliente regressa à cabine de controlo para validar a saída do parque a custo zero.

Sobre esta alteração ao tarifário, a vereadora do Somos Coimbra, Ana Bastos, afirmou na sua intervenção na reunião da Câmara Municipal de Coimbra que “o sistema ECOVIA é um serviço importante e a ser promovido para resolver alguns problemas graves de acessibilidade e mobilidade. Contudo e sem surpresa, não tem atingido o nível de procura desejado, por deficiências na localização dos parques e sobretudo a falta de controlo e fiscalização do estacionamento nos locais de destino”.

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Acrescenta que o lançamento apressado da ECOVIA em época de pré-férias de baixa procura não abonaram para o êxito do seu lançamento.

Assim, Ana Bastos propõe ao executivo algumas alterações no que respeita ao bilhete para acompanhante. “O acompanhante não deve ser encarado como uma raridade, mas como uma situação a ser promovida no sentido de aumentar a taxa de ocupação dos veículos privados e assim reduzir o número de veículos que entram na cidade e que estacionam nos parques, já por si de pequena dimensão. Por isso, os acompanhantes devem usufruir de todos os benefícios atribuídos ao condutor, a valores preferencialmente mais reduzidos”.

A vereadora entende que a ECOVIA deve ser encarada como um serviço normal de transporte público que responde a uma função social e não como um serviço comercial e elitista, capaz de gerar lucro.

“Se o condutor, pode aceder a diferentes opções, como o bilhete estacionamento+4 viagens, a um passe rede geral+ ou passe rede geral + (entidade), porque é que o(s) acompanhante(s) não podem usufruir das mesmas modalidades? Vejamos o caso vulgar de um casal que se desloca pendularmente para o centro e opta pelo serviço Ecovia. Fará sentido proporcionar ao condutor um passe rede geral+ (entidade) por 20 €, tendo acesso a um numero ilimitado de viagens ECOVIA ou rede geral dos SMTUC, enquanto que o acompanhante terá de desembolsar cerca de 35 € (admitindo 22 dias úteis) para usufruir de apenas 2 viagens no serviço ECOVIA? Esta situação é ainda mais insensata se o acompanhante for detentor do passe rede geral dos SMTUC (pagará 30+35 euros por mês). E no caso do acompanhante ser um filho estudante, fará sentido pagar este montante de 35 € quando o passe estudante apenas custa 15 €? Naturalmente que, por razões económicas e flexibilidade de horários, com este tarifário, em nada se incentiva à partilha de veículos”, disse Ana Bastos.

Desta forma o Somos Coimbra propõe criar um bilhete específico para viagens ocasionais estacionamento+2 viagens/acompanhante, no sistema ecovia no valor de 1,5 €; criar a modalidade para viagens ocasionais estacionamento+4 viagens/acompanhante, com valor a definir compreendido entre os 2,5 (rede geral SMTUC, 0,63 €/viagem) e os 3,0 € (dobro de 2 viagens); criar a modalidade passe rede geral+ (acompanhante), com valor compreendido entre os 30 (passe rede geral) e os 35 € (passe rede geral +); e ainda criar a modalidade passe rede geral+ (entidade/acompanhante), com valor compreendido entre os 15 (valor mínimo) e os 20 € (passe rede geral + entidade).

Estas considerações e propostas do Somos Coimbra apresentadas pela vereadora Ana Bastos serão tidas em consideração e vão ser alvo de aprovação na próxima reunião, referiu Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra.

A proposta de venda de um bilhete ecovia para acompanhante foi aprovada por maioria na sessão de câmara que se realizou ontem, apesar de ter recebido os votos contra dos vereadores do PSD Madalena Abreu e Paulo Leitão. Madalena Abreu entende que falta um estudo prévio que indique dados que irão validar a necessidade deste novo bilhete. Afirma que antes de lançar o produto no mercado é necessário compreender se o público precisa dele, sem tem essa necessidade.

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