O novo sistema de metrobus entre Lousã e Serpins entrou este fim de semana em fase de demonstração.
“É um sonho de muitos anos. Fez muita falta”, afirmou João Quitolas, um dos primeiros utentes a marcar presença no local. Para este antigo trabalhador da região, o encerramento da linha ferroviária foi um momento difícil. “Ninguém concordou na altura. Toda a gente fez barulho, mas a vida é assim. Não esperávamos que demorasse tanto tempo.”
Segundo contou, a ausência de transporte ferroviário obrigou muitos habitantes a recorrer ao automóvel particular, o que aumentou os custos e dificultou a mobilidade, sobretudo para quem tem dificuldades de locomoção. “Andar sempre de carro ficava caro. E os transportes alternativos nem sempre eram solução. Eu, por exemplo, tinha o cartão de combatente e não sei se ainda poderei usar aqui.”
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A desativação da linha, no passado, levou a momentos caóticos com as antigas automotoras a apresentar avarias frequentes. “Às vezes nem pegavam, ou ardiam. Era uma desgraça. Tínhamos de parar pelo caminho porque não tinham força para subir.”
A abertura do sistema de metrobus em Coimbra antes da Lousã é vista com desconfiança por alguns habitantes, que consideram que a zona mais afetada pelo encerramento da linha deveria ter sido prioridade. “Acho que foi uma questão política. Ou abriam o ramal todo, ou não abriam nada”, criticou João, referindo-se à inauguração antecipada em Coimbra.
Apesar de tudo, a esperança é agora renovada. Os testes de demonstração durante o fim de semana são vistos como um passo concreto para a entrada em funcionamento regular do serviço, prevista para o último trimestre de 2025.
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