O paracetamol continua a ser considerado seguro durante a gravidez, asseguram médicos e entidades de saúde, após declarações polémicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu uma ligação entre o medicamento e o autismo.
Durante uma conferência realizada esta segunda-feira na Casa Branca, Trump afirmou que mulheres grávidas não deveriam tomar Tylenol, marca de paracetamol amplamente usada nos EUA, associando o seu consumo, bem como a toma de vacinas, ao desenvolvimento de autismo no feto.
“Não tomem Tylenol. Não o tomem. E não deixem que encham o vosso bebé com o maior monte de coisas que alguma vez viram na vossa vida”, disse o presidente, sem apresentar provas científicas credíveis.
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Tânia Lima, médica de Clínica Geral, alerta para o perigo destas afirmações, sobretudo tendo em conta os níveis de literacia em saúde.
“Há muitos medicamentos que não devem ser utilizados durante a gravidez, mas o paracetamol não é um deles. O que Trump diz só contribui para aumentar o medo e a desinformação”, afirma ao site Women´s Health.
A especialista sublinha que o paracetamol é um dos fármacos mais seguros disponíveis no mercado, com décadas de estudos científicos robustos a comprovar a sua segurança em grávidas.
De acordo com Tânia Lima, não existe qualquer evidência científica sólida que associe o paracetamol (ou acetaminofeno) ao autismo, à Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA) ou a qualquer outro distúrbio do neurodesenvolvimento. “Essa relação simplesmente não está estabelecida”, garante.
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