Após um ferimento, é comum surgir uma coceira insistente na pele durante o processo de cicatrização. Longe de ser apenas um incómodo, este sintoma costuma indicar que o corpo está a recuperar. Mas em certos casos, pode também ser um alerta para complicações.
As feridas podem ter diferentes origens: cortes, abrasões, lacerações, perfurações, incisões cirúrgicas ou queimaduras. Além disso, classificam-se pelo grau de contaminação (limpas ou contaminadas) e pela profundidade, podendo ser simples – quando atingem apenas a pele – ou complexas, se envolverem músculos, tendões ou vasos.
A cicatrização decorre em três tipos principais: 1ª intenção (primária) – rápida, com mínima alteração em relação à pele original. 2ª intenção (secundária) – em feridas grandes ou irregulares, deixando cicatrizes mais visíveis e 3ª intenção (terciária) – fechamento retardado, após limpeza e remoção de tecidos mortos, explica o Olhar Digital.
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É durante a fase inflamatória que surge a coceira, causada pela libertação de histamina e outras substâncias que ativam as terminações nervosas da pele. Em regra, o prurido é temporário e sinal de evolução positiva.
No entanto, a coceira merece atenção se for intensa e persistente, ou se vier acompanhada de vermelhidão, secreção, inchaço, febre ou mal-estar – sinais de possível infeção. Nestes casos, é essencial procurar ajuda médica.
Coçar a ferida pode atrasar a cicatrização, romper pontos ou reabrir a lesão. Para aliviar o desconforto, especialistas recomendam compressas frias, curativos protetores e hidratação adequada da pele. A alimentação equilibrada, rica em proteínas, vitamina A, vitamina C e zinco, também favorece a regeneração dos tecidos.
Importa ainda considerar que a coceira pode estar associada a outras condições, como doenças renais, diabetes, problemas hepáticos, alterações da tiroide, infeções fúngicas, distúrbios neurológicos ou até fatores psicológicos, como ansiedade e stress.
Assim, embora a coceira em feridas seja, na maioria dos casos, parte natural da cicatrização, não deve ser ignorada quando se prolonga ou se intensifica. Saber distinguir entre o normal e o preocupante é fundamental para garantir uma recuperação segura.
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