Saúde

E esta: Será que sabemos (mesmo) lavar-nos no banho?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 11 meses atrás em 15-06-2023

Um banho depois de um dia de trabalho sabe sempre bem. É revigorante, seja em que altura do dia for. Além de garantir a nossa higiene, dá energia se for tomado logo pela manhã, e se for tomado ao fim do dia relaxa ou refresca nos dias quentes.

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Contudo, os nossos gestos no banho são mecânicos e praticamente automáticos. Aliás, nem pensamos muito neles. Só que existem certas regras que deveriam ser respeitadas para não prejudicar a nossa higiene.

É errado acreditar que é imprescindível tomar banho todos os dias. Alain Géloën, diretor de pesquisa do CNRS e autor de Skin Microbiota, explicou que “a pele, como o intestino, tem a sua própria microbiota” [consiste numa grande variedade de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos unicelulares que habitam no nosso organismo e que trazem benefícios à saúde], contribui para a manutenção do PH e contém os chamados microrganismos simbiontes [que vivem em simbiose] que nos protegem dos microrganismos patogénicos. As bactérias contidas nessa microbiota também purificam a pele, tornando-a mais sólida e resistente.”

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Daí que, ao tomar banho com alguma frequência, danificamos essa microbiota e, portanto, ficamos menos protegidos contra ataques. “Quando toma banho, desequilibra um pouco a microbiota, mas ela recompõe-se sozinha depois de algumas horas. Ao tomarmos banho com muita frequência, ela [a microbiota] terá problemas para se autoregular isso pode causar borbulhas, vermelhidão, irritação”, de acordo com Marie-Estelle Roux, dermatologista, num artigo da Madame Figaro.

Mas, afinal quanto tempo devemos demorar no duche? Os especialistas aconselham não mais do que 10 minutos. É difícil dispensar um longo banho para relaxar, porém a verdade é que pouco tempo será o ideal. A água retira a película hidrolipídica – uma mistura de sebo, água e células de queratina – que protege a pele. E quanto mais tempo ficamos no duche, mais removemos essa película protetora. A pele tende, então, a ficar seca, e logo, mais frágil e propensa a irritações.

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No que toca à temperatura, esta deve ser morna. Para o bem da pele, independentemente de ser inverno ou verão, as temperaturas mornas ou mais baixas são as mais indicadas. “O calor afina os lipídios, a gordura que protege a pele. Se tomarmos um banho quente, vamos diluir todas as membranas e, portanto, promover a perda de bactérias que compunham a nossa microbiota”, explicou Alain Géloën à revista francesa citada pela Máxima. E banhos frios também fazem bem à circulação sanguínea e ao metabolismo.

Atenção! Também deve ser dada atenção ao tipo de produtos que usamos no banho. Quer se tenha a pele seca ou oleosa. A água já por si resseca, os sabonetes e géis de banho usados podem secar ainda mais. “Devemos privilegiar sabonetes que não contenham sabão, ou seja, que não tenham sofrido reação de saponificação”, aconselha a dermofarmacologista Christine Lafforgue no mesmo artigo.

A saída do chuveiro também não pode ser feita de qualquer maneira. Devemos primeiro secar suavemente com a toalha. Esfregar irrita a pele. E é altamente recomendável aplicar creme ou leite hidratante para reconstituir o nosso filme hidrolipídico mais rapidamente.

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