Primeira Página

“É desesperante”! Carla denuncia abandono e prejuízos após incêndio de Arganil

Notícias de Coimbra | 1 hora atrás em 26-08-2025

A localidade de Pardieiros, na freguesia de Benfeita, foi duramente atingida pelo incêndio que começou no Piodão. Carla, proprietária e gerente do D’Aqui e D’Acolá, abriu as portas do seu espaço ao Notícias de Coimbra para dar voz ao desespero vivido na região.

A empresária não escondeu a revolta nem a tristeza. “A sala onde nos encontramos estaria cheia a esta hora. Hoje, está vazia. É desesperante”, afirma, visivelmente emocionada.

Segundo Carla, o interior do país continua esquecido. “Sinto na pele todos os dias que os governantes não olham para nós. Antes do incêndio já era difícil. Agora, é ainda pior. Ninguém nos veio perguntar como estamos ou o que precisamos.”

PUBLICIDADE

O seu negócio sofreu uma quebra dramática. “Só em cancelamentos de alojamento desde 12 de agosto até final de setembro, já ultrapassámos os cinco mil euros. Na restauração, estou com um défice de 50%”, revela. O espaço, que inclui sete quartos com casa de banho privativa e capacidade para 18 hóspedes, vive essencialmente do turismo sazonal, agora profundamente afetado.

Mas Carla não está sozinha nesta luta. “Há mais casas aqui em Pardieiros a passar pelo mesmo. Esta é uma dor partilhada. O turismo vai sofrer muito com isto. As pessoas não vêm e nós não conseguimos manter os postos de trabalho.”

A esperança, no entanto, resiste. “Temos ainda a Fraga da Pena e a Mata da Margaraça, dois pequenos oásis em meio ao cinza. São esses lugares que nos dão alento. A paisagem verde transformou-se em cinza em poucas horas, mas acreditamos que voltará a ser verde.”

O apelo é claro: “Precisamos que as pessoas continuem a vir. Que apoiem o comércio local, não só aqui, mas em Monte Frio, Piódão, Cerdeira, Pomares… todas estas aldeias precisam urgentemente de apoio.”

Carla conclui com uma mensagem de esperança e determinação: “Somos gente de força. Mas precisamos de políticas sérias, de ordenamento do território e de um olhar atento do Governo. Para que isto não volte a acontecer.”

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE