Educação

Duas startups do Instituto Pedro Nunes entram na “elite” da inovação da NATO

Notícias de Coimbra | 9 minutos atrás em 13-12-2025

Duas empresas incubadas no Instituto Pedro Nunes, a Neuraspace e a Connect Robotics, foram as únicas selecionadas a nível nacional para integrar a rede NATO DIANA (Defence Innovation Accelerator for the North Atlantic). Esta distinção coloca a tecnologia de Coimbra no centro da estratégia de defesa da Aliança Atlântica, num grupo restrito de empresas escolhidas entre milhares de candidaturas dos 32 países aliados.

As duas empresas portuguesas irão agora adaptar as suas tecnologias de uso civil para responder a desafios de defesa emergentes: a segurança de ativos no espaço e a logística autónoma em cenários complexos.

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A Neuraspace utiliza Inteligência Artificial para combater uma das maiores ameaças à infraestrutura global: o lixo espacial. A sua plataforma de gestão de tráfego espacial (STM) prevê e evita colisões entre satélites e detritos espaciais com uma precisão superior à dos sistemas tradicionais. No âmbito da participação neste programa de aceleração, a Neuraspace pretende atuar na área de segurança e resiliência dos satélites que suportam comunicações, GPS e vigilância, protegendo infraestruturas críticas contra colisões acidentais ou hostis.

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A Connect Robotics especializou-se em sistemas de entrega por drones autónomos, operando Além da Linha de Vista Visual (BVLOS), capazes de realizar entregas de precisão em áreas remotas ou de difícil acesso, reduzindo a necessidade de intervenção humana. No programa da NATO, vão acelerar o transporte rápido e seguro de bens essenciais (medicamentos, peças críticas, sangue) em cenários de catástrofe ou em zonas de conflito, sem colocar vidas humanas em risco nas linhas de abastecimento.

Ao entrarem nesta aceleradora, a Neuraspace e a Connect Robotics recebem um grant de 100.00 (a fundo perdido) para desenvolvimento inicial; acesso a uma rede de mais de 180 centros de teste da NATO para validar a tecnologia em ambientes operacionais reais e a possibilidade de concorrer a um financiamento adicional de até 300.000 na Fase II.

João Gabriel Silva, Presidente da Direção do IPN, considera que “a seleção da Neuraspace e da Connect Robotics confirma a capacidade do IPN de apoiar empresas de tecnologias deep tech que competem ao mais alto nível mundial. Ter Coimbra a fornecer soluções para a segurança do espaço e para a logística do futuro demonstra que a nossa ciência tem aplicação prática, estratégica e soberana.”

Carlos Cerqueira, Director de Negócio da Neuraspace: “O espaço é hoje um domínio contestado e congestionado. O apoio da DIANA valida a nossa missão: garantir que o acesso ao espaço permanece seguro e sustentável. Esta aceleração var permitir-nos adaptar as nossas soluções para as exigências específicas de defesa e segurança da Europa e Aliança.”

Eduardo Mendes, CEO da Connect Robotics: “A nossa tecnologia de drones já provou o seu valor em entregas médicas e comerciais. Com a NATO, vamos elevar a robustez dos nossos sistemas para operar nos ambientes mais exigentes do planeta, onde a logística autónoma não é apenas uma conveniência, mas uma necessidade vital.”

Criado por iniciativa da Universidade de Coimbra, o IPN é uma infraestrutura de interface tecnológica que promove a inovação e o empreendedorismo. A Incubadora, considerada uma das melhores do mundo, apoia empresas de base tecnológica e científica (deep tech) na sua expansão global.

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