Coimbra

Doentes não podem ser “invisíveis”. Movimento cívico quer saúde mais humanizada em Coimbra

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 27-04-2023

Tornar a saúde em Coimbra mais humanizada é o principal desafio do movimento cívico que foi apresentado publicamente esta quinta-feira (27 de abril), no Salão de São Tomás do Seminário Maior de Coimbra.

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Durante a apresentação, o responsável do movimento, João Pedroso Lima, explicou que “há um descontentamento significativo da maneira como as pessoas são tratadas, muitas vezes, nos nossos serviços de saúde”. Não quer dizer, como disse, que “não haja todos os dias manifestações de grande humanismo por parte de todos os profissionais de saúde que trabalham nas instituições da cidade”. Contudo, lamenta que essa situação, que deveria “ser normal”, nem sempre aconteça.

João Pedroso Lima citou os números do inquérito realizado, que dá conta que “97% das pessoas acham que é necessário haver bastante mais humanização nos cuidados de saúde”. Sublinhou que é por isso que o movimento cívico “Humanização da Saúde” irá lutar, juntamente com “todos aqueles que se revejam neste objetivo”.

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Alertou para a necessidade de dar mais atenção ao doente, que não pode ser “invisível”. “Penso que quem já se sentiu nessas circunstâncias de estar num hospital, numa maca no meio de dezenas de macas, horas e horas à espera, já se sentiu certamente nesta situação de quase invisibilidade”, lamentou.

Realçou, contudo, que não está em causa a sensibilidade dos profissionais mas, como é público, “muitas vezes não são em número suficiente e nem sempre têm as condições adequadas”. Importa, todavia, não esquecer, como frisou, que “o doente não tem culpa”, é quem “está em maior sofrimento e em maior dependência”, devendo os profissionais, apesar das suas limitações, lembrar-se que “há sempre alguém a necessitar de um cuidado mais próximo e atento”.

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O responsável anunciou que o movimento terá uma assembleia de colaboradores, que estará aberta a associações de doentes, a voluntários individuais, a instituições de saúde, a estabelecimentos de ensino, entre outros. “Queremos fazer com que na saúde se olhe mais ao cuidar e não simplesmente aos aspetos técnicos”, sublinhou.

Para tal, o movimento quer assumir-se como “provedor do doente”, que analise situações que lhes sejam denunciadas e que possa intervir, de forma “positiva e construtiva”, no sentido de que seja alterado o que não esteja bem.

O movimento contactou já com todas as instituições públicas e privadas de saúde de Coimbra e quer chegar também às escolas e a “todas as pessoas que tenham necessidade de recorrer a serviços de saúde”, independentemente da idade”.

A primeira atividade está marcada para 28 de setembro, com a realização do “Encontro dos Bons Exemplos”. Seguem-se ações nas escolas secundárias e do ensino superior, bem como atividades sobre o cuidar e sobre a assistência. A Provedoria do Doente também está na agenda deste movimento que quer que todos possam “remar na mesma direção”.

A equipa de coordenação é composta por Filomena Girão, Helena Albuquerque, Joana Araújo, Marcela Matos, Nuno Santos e Teresa Monteiro.

Veja os vídeos dos diretos NDC:

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