Coimbra

Diz que vai “pegar Covid” a toda a gente no Hospital da Figueira

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 04-11-2021

“Vou partir o hospital e pegar Covid a toda a gente porque eu tenho Covid”, disse um homem, de 43 anos, no Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), depois de ter destruído uma cadeira de rodas. A seguir, ameaçou e agrediu agentes da PSP. Está a ser julgado no Tribunal de Coimbra por dois crimes de dano, um dos quais qualificado, dois crimes de resistência e coação sobre funcionário, um crime de ofensa à integridade física qualificada e três crimes de injúria agravada. 

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O homem, ajudante de carpinteiro, foi detido a 16 de janeiro deste ano pela PSP por estar no interior do HDFF “aparentando encontrar-se embriagado, incomodando os doentes e funcionários que ali se encontravam, dirigindo-se aos mesmos de forma agressiva”, lê-se na acusação do Ministério Público (MP) a que o Notícias de Coimbra teve acesso. O arguido tirou ainda a máscara de proteção e deitou-se nas macas e nas cadeiras da instituição, chegando a partir uma cadeira de rodas.

A Polícia foi chamada ao local, mas o arguido insultou-os, ameaçou-os, cerrando o punho em direção a um deles, com uma “postura agressiva”, descreve o MP. “Eu não tenho medo de vocês e vou partir o hospital e pegar Covid a toda a gente porque eu tenho Covid”, disse enfrentando os agentes. Foi detido, mas a caminho da esquadra continuou a ameaçar, chegou a soltar as algemas e a virar-se a um agente.

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Acabou por ser libertado e cinco dias depois voltou a causar desacatos desta vez no supermercado Lidl na Figueira que ameaçou incendiar com recurso a frascos de álcool. Está ainda acusado de, em julho de 2020, ter danificado com spray um mural na Avenida D. João II, em Buarcos, pertencente à Junta de Freguesia, provocando prejuízos que rondam os 2500 euros.

O homem esteve em prisão preventiva de janeiro a setembro deste ano, altura em que foi integrado numa comunidade para tratamento da dependência de álcool e de estupefacientes.

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Ontem, na primeira sessão do julgamento, assumiu que se “enerva facilmente”, confessando integralmente os factos que constam da acusação e mostrando-se arrependido.

“Quero pedir desculpas a quem ofendi e que me deem uma oportunidade”, disse perante o coletivo de juízes. “Foi uma má fase que eu tive, mas estou decidido a entrar no bom caminho”, asseverou.

Afirmando que o ajudante de carpinteiro “tem um problema e que precisa de continuar a ser tratado”, o procurador MP apelou a que mesmo que o tribunal não lhe venha a aplicar uma pena privativa da liberdade deverá assegurar que o tratamento às dependências que apresenta seja concluído.

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