Polícias

Diretor nacional da PJ avisa que pobreza também é papel da polícia

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 16-09-2022

O diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, disse hoje que a pobreza também é um papel da polícia, durante a tomada de posse do novo responsável pelo Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Leiria.

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“Não podemos continuar a ter margens enormes de pobreza, a miséria das pessoas que à partida não têm os mesmos direitos do que os outros, porque nascem sem assistência de saúde, sem assistência na habitação e nas escolas. Vamos dizer: ‘Não é um papel nosso. Mas é um papel nosso, da área política, de todos’”, avisou.

Luís Neves destacou que o papel da PJ é “olhar para o cidadão”, de quem é “vítima direta de um homicídio, de uma agressão sexual, sequestro, tráfico de seres humanos ou de um crime de incêndio”.

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“São vítimas diretas, mas há outras indiretas, que merecem uma resposta da nossa parte. Não somos obrigados a submeter todos os inquéritos com proposta de acusação, mas todos os inquéritos têm de ter esforço, dedicação, brilho e rigor”, acrescentou, dirigindo-se à equipa de Leiria.

O diretor da PJ disse ainda que “há ainda todas as outras vítimas que não são conhecidas das pessoas, enquanto sociedade”.

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Referindo que “há uma nova estratégia de combate à corrupção”, o responsável afirmou que há uma “aposta grande nesta esfera e na esfera do cibercrime”.

“Continuam a existir muitos inquéritos – muitas situações que nem são inquéritos – na esfera da contratação pública, da corrupção, da atividade económico-financeira associada e em que as vítimas somos todos nós, mas sobretudo as camadas da sociedade mais desfavorecidas”, explicou.

Por isso, Luis Neves defendeu que é preciso, na “pequena esfera de ação” das autoridades, garantir “uma resposta em tempo útil”, evitando-se situações idênticas a “alguns dos inquéritos – felizmente não são muitos -, que levam demasiados anos, para que haja acusações e condenações”.

“A maior prevenção da criminalidade económico-financeira são as condenações e essas têm de ter um tempo útil. Somos poucos, mas temos de ter muita força, muita vontade e capacidade”, rematou, voltando a falar para os inspetores presentes.

Para Luís Neves, o trabalho tem de ser pelo “rigor, profissionalismo, profunda dedicação e pelo espírito de sacrifício”.

E estas são as características, segundo apontou o diretor nacional da PJ, do novo responsável pelo DIC de Leiria, Avelino Lima.

É a primeira vez que o cargo de diretor é criado no DIC de Leiria, deixando o responsável de ser coordenador, como explicou Luís Neves, referindo que o departamento mantém-se, contudo, sob a dependência da Diretoria do Centro de Coimbra.

Na tomada de posse, Avelino Lima afirmou que pretende “conhecer bem a região”, pois só assim poderá “fazer um bom trabalho”, destacando a colaboração de proximidade com as restantes forças policiais e com o Ministério Público.

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