Durante os 20 dias em que esteve em fuga, Jair Pereira, de 54 anos, manteve um registo diário minucioso do seu paradeiro, rotinas e estado emocional.
Capturado no sábado, 7 de junho, o alegado homicida foi na segunda-feira, dia 9, apresentado a uma juíza de instrução de Aveiro e, no final, foi levado do tribunal para a cadeia de Aveiro, onde vai ficar preso preventivamente.
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O homem, acusado de ter assassinado a companheira, deixou um diário onde detalha e confessa o crime — referindo-se à vítima como “a minha Sãozinha, o amor da minha vida”.
O diário foi encontrado pela Polícia Judiciária na casa onde Jair se escondeu nos últimos dias: a residência de uma emigrante de 80 anos, que desconhecia estar a albergar um fugitivo. Nas páginas escritas à mão, Jair descreve o que comeu, onde se refugiou, como se movimentou e até os momentos de angústia que viveu durante a fuga.
Além do diário, foram também apreendidas cerca de dez cartas de despedida dirigidas a amigos próximos, cuidadosamente guardadas numa mochila. Estes documentos, agora na posse das autoridades, deverão integrar o processo como prova material, ajudando a reconstituir não só os passos de Jair Pereira, mas também o seu estado psicológico ao longo das três semanas em fuga.
A descoberta lança nova luz sobre o caso, revelando um lado quase obsessivamente metódico do suspeito e trazendo à superfície uma tentativa de justificação emocional do crime que chocou Estarreja.
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