A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) assinalou, este sábado, 21 de junho, o Dia do Médico, que se celebra anualmente a 18 de junho, com uma cerimónia de homenagem a médicos com 25 e 50 anos de inscrição na Ordem.
A sessão decorreu no Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra, num ambiente marcado pela emoção, gratidão e sentido de missão.
Para o presidente da SRCOM, Manuel Teixeira Veríssimo, este momento serviu para “enaltecer e reconhecer o esforço e a dedicação dos médicos ao longo das suas carreiras”.
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“Celebramos hoje o Dia do Médico, o dia em que se pretende chamar a atenção para a nobreza de uma profissão que, estando habituada a dar o seu melhor em cada situação, é essencial para a saúde e bem-estar da população”, afirmou o presidente da SRCOM, recordando que “se Portugal tem hoje uma das maiores esperanças de vida do mundo à nascença, isso deve-se, em grande parte, à dedicação dos médicos portugueses”.
A homenagem prestada procurou destacar o papel fundamental da classe médica na construção e consolidação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), especialmente pelos médicos que celebram 50 anos de carreira.
“Foi esta geração que levou o médico até aos locais mais recônditos do país”, lembrou Manuel Teixeira Veríssimo, referindo o histórico Serviço Médico à Periferia, criado em 1975, como uma medida pioneira de acesso à saúde em zonas rurais.
Apesar dos desafios atuais do SNS, o presidente da SRCOM sublinhou a importância de uma reforma profunda, defendendo “a valorização das carreiras médicas, a melhoria das condições de trabalho e a liderança médica”, acreditando que “em igualdade de circunstâncias, os médicos portugueses preferem trabalhar no SNS”.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, também marcou presença, com um discurso emotivo onde destacou a importância de celebrar a história e a continuidade da medicina em Portugal, prestando homenagem a duas gerações de médicos — os veteranos com 50 anos de profissão e os profissionais com 25 anos de carreira.
“Hoje prestamos tributo a duas gerações de médicos (…) Este é um momento solene de reconhecimento institucional, mas também um encontro profundamente humano entre quem dedicou a vida a cuidar do próximo”, afirmou Carlos Cortes.
Ao dirigir-se aos médicos inscritos em 1975, sublinhou: “Estes colegas foram os desbravadores do terreno, os primeiros verdadeiros médicos de família em muitas comunidades dispersas. Foram mentores e mestres. Hoje, homenageamos não só os 74 médicos aqui presentes, mas simbolicamente toda a geração que construiu o SNS tijolo a tijolo.”
Em seguida, o bastonário voltou o olhar para os médicos que completam 25 anos de inscrição, destacando o papel crucial desta geração, que assumiu funções nas últimas duas décadas, enfrentando, entre outros desafios, a pandemia de COVID-19.
“Esta geração consolidou o que os pioneiros iniciaram e manteve acesa a chama do SNS mesmo quando os ventos não foram favoráveis. Foram a espinha dorsal da resposta à maior crise sanitária de um século.”
Carlos Cortes não esqueceu ainda o papel fundamental das famílias dos médicos: “Sabemos bem que a vida de médico não conhece horários, não respeita feriados nem fins de semana. A homenagem de hoje é igualmente dedicada a vós, família, que partilhais o peso e o orgulho desta profissão.”
“A medicina é como uma corrente de elos entrelaçados. Cada geração recebe o testemunho da anterior, acrescenta-lhe o seu valor e transmite-o à seguinte. Hoje assistimos a essa passagem de testemunho de forma quase palpável”, declarou o bastonário.
Num momento simbólico, foram entregues as medalhas comemorativas aos médicos homenageados, que representam não apenas o tempo de inscrição, mas uma vida de serviço à comunidade e um compromisso renovado com o futuro da medicina em Portugal.
“Parabéns pelo vosso dia. Parabéns pelas vossas carreiras e pelo vosso carácter humanista e fraterno. Viva a medicina!”, concluiu Carlos Cortes.
Já na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, também médico de formação, felicitou todos os homenageados e enalteceu o papel dos profissionais de saúde na construção da sociedade.
A cerimónia iniciou com a atuação do Coro da SRCOM e contou também com a presença do grupo Fado ao Centro, que prestou uma homenagem musical aos profissionais de saúde.
Foram 152 médicos homenageados: 74 que se inscreveram na Ordem em 1975 e 78 que o fizeram em 2000.
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