Está prestes a completar uma década um dos acidentes mais devastadores envolvendo emigrantes portugueses, que ocorreu a 24 de março de 2016, em Allier, França.
Doze portugueses morreram na sequência da colisão entre uma carrinha adaptada ilegalmente e um camião e, dez anos depois, apenas um dos responsáveis está a cumprir pena.
A tragédia deu-se na antiga estrada nacional 79, há muito apelidada de “estrada da morte”. Entre as vítimas estavam oito homens, quatro mulheres e duas menores: uma jovem de 17 anos e uma criança de apenas sete. O motorista, então com 19 anos, foi o único sobrevivente.
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A comoção tomou conta de Portugal, com funerais a decorrerem em vários concelhos do Centro do país.
A SIC relembra que o acidente foi mais do que uma fatalidade: foi o resultado de uma sucessão grave de negligências.
A carrinha tinha lotação para seis pessoas, mas transportava 13. O veículo estava alterado para levar mais passageiros, circulava com pneus desgastados, travões em sobrecarga, excesso de peso e velocidade acima do permitido.
Perante este cenário, as autoridades concluíram que o acidente resultou de negligência grosseira, tanto do motorista como do proprietário da carrinha.
O motorista e o tio, proprietário do veículo foram condenados pelo tribunal a três e quatro anos de prisão, respetivamente, mas ambos pediram para cumprir pena em Portugal, dando início a um longo processo.
Apenas este ano, sete anos após a condenação, o motorista deu finalmente entrada no Estabelecimento Prisional da Guarda para cumprir a pena efetiva. Já o proprietário, continua em liberdade enquanto aguarda uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o reconhecimento da sentença francesa.
Para as famílias das 12 vítimas, quase dez anos depois, a dor mantém-se, e a justiça continua por cumprir.
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