Crimes

Detidos por corrupção na distribuição de revistas e jornais proibidos de contactar entre si

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 22-04-2022

Os funcionários das empresas de distribuição de Sintra e Lisboa detidos, na quarta-feira, por suspeita da prática do crime de corrupção, vão ficar suspensos de funções e proibidos de estabelecer contacto, disse hoje à Lusa fonte do GNR.

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Segundo a mesma fonte, as medidas de coação foram aplicadas após o primeiro interrogatório judicial, que se prolongou entre quinta-feira e hoje, no Tribunal Judicial de Sintra.

Ao todo, na quarta-feira tinham sido detidas 11 pessoas, pela prática do crime de corrupção no setor privado da distribuição de revistas e jornais nas zonas de Sintra e Lisboa.

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Entre os detidos estão funcionários de uma empresa de distribuição de publicações, motoristas e proprietários ou funcionários de pontos de venda, segundo revelou na quinta-feira a GNR.

Segundo a fonte da GNR contactada hoje pela Lusa, aos funcionários da empresa de distribuição de publicações foram aplicadas as medidas de coação de “suspensão de exercício de funções”, proibição de contactos entre si e com os demais arguidos e proibição de se deslocarem às instalações da empresa ou das gráficas identificadas nos autos.

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Aos proprietários e funcionários de postos de venda, as medidas de coação aplicadas “variaram entre o termo de identidade e residência e as apresentações periódicas” às autoridades, estando ainda impedidos de contactar os funcionários da empresa de distribuição.

No comunicado divulgado na quinta-feira, a GNR revelou que a investigação desenvolvida desde 2021, que culminou com a detenção de 10 homens e uma mulher, com idades entre os 25 e os 66 anos, teve origem numa denúncia de uma empresa de distribuição lesada no esquema.

No âmbito da operação “Dark Ardina”, o Núcleo de Investigação Criminal do Comando Territorial de Lisboa da GNR detetou que os suspeitos, “aproveitando-se das suas funções profissionais, criaram na região de Lisboa um esquema de venda ao público de publicações [jornais e revistas] ilicitamente e em paralelo ao canal regular de distribuição, desrespeitando as regras da concorrência, obtendo contrapartidas monetárias”.

“O esquema criado gerou uma diminuição de receitas no Estado e nas empresas lesadas, designadamente nos editores, na empresa de distribuição nos pontos de venda, comportando um prejuízo na ordem de várias centenas de milhares de euros anuais”, referiu a GNR.

Na sequência da operação, a guarda deu cumprimento a 11 mandados de busca domiciliários, seis em estabelecimentos e 19 em veículos.

No âmbito das buscas foram apreendidas publicações ilícitas de diversos órgãos de comunicação (imprensa escrita), 41.388,29 euros em numerário, 21 telemóveis, 13 viaturas, uma pistola modificada, duas espingardas caçadeiras, uma espingarda de ar comprimido, 51 cartuchos, uma caixa de chumbos calibre e 15 munições.

Foram igualmente apreendidos um bastão extensível, uma soqueira, cinco equipamentos informáticos e um equipamento CCTV (câmara de vigilância exterior).

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