O Governo espanhol revelou esta quarta-feira, 14 de maio, que três falhas de geração de eletricidade em território espanhol — em Granada, Badajoz e Sevilha — ocorreram segundos antes do apagão que deixou Portugal e Espanha às escuras no dia 28 de abril.
A confirmação foi dada pela secretária de Estado da Energia, Sara Aagesen, durante uma intervenção no parlamento espanhol.
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Embora a origem do corte generalizado de energia tenha sido identificada em solo espanhol, as causas exatas permanecem em investigação. A ministra sublinhou que, apesar da dimensão do incidente, não se tratou de um problema relacionado com a cobertura, reservas energéticas ou dimensão das redes.
Além das falhas de geração detetadas no sul e sudoeste de Espanha, as autoridades confirmaram ainda a ocorrência de duas oscilações de potência e frequência no sistema elétrico ibérico, que terá perdido estabilidade na ligação com o resto da rede europeia.
A complexidade do caso levou o executivo de Pedro Sánchez a criar uma comissão de inquérito para apurar responsabilidades. O primeiro-ministro espanhol garantiu que o governo irá “chegar ao fundo da questão”, prometendo transparência, responsabilização política e medidas preventivas para evitar novos apagões.
Paralelamente, a Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) abriu a sua própria investigação. Esta análise independente vai avaliar não só as causas do apagão, mas também o modo como foi restabelecida a normalidade no fornecimento de eletricidade, procurando eventuais falhas operacionais.
A CNMC admite aplicar sanções caso se confirmem infrações graves, que podem incluir desde multas à retirada de licenças de operadores.
Entretanto, a justiça espanhola também entrou em ação, abrindo um inquérito para avaliar a possibilidade de o apagão ter resultado de um ciberataque, hipótese que ainda não foi descartada.
O apagão, que aconteceu às 11h33 em Lisboa (12h33 em Madrid), afetou milhões de pessoas nos dois países e voltou a expor a vulnerabilidade da rede energética ibérica. A investigação continua, com mais de 750 milhões de dados a serem analisados pelos operadores e entidades reguladoras.
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