Portugal

Descarga elétrica deixa estudante com 60% do corpo queimado

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 15-10-2025

Um jovem de 20 anos ficou gravemente ferido, no dia 25 de setembro, após sofrer uma descarga elétrica junto ao apeadeiro de Pedra Furada, na Linha do Oeste, em Sintra.

O incidente ocorreu quando o estudante universitário, identificado apenas como J., “explorava” uma locomotiva estacionada ao serviço do consórcio FCC/Convensa, responsável pela modernização da linha ferroviária.

Acompanhado por um amigo, o jovem atravessava a via férrea em direção à Lagoa da Pedra Furada — um antigo poço de pedreira usado como local de banhos e frequentado por dezenas de pessoas nos meses quentes — quando se aproximou da locomotiva e foi atingido por uma descarga elétrica.

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J. sofreu queimaduras de 2.º e 3.º graus em 60% do corpo. Foi socorrido pelos Bombeiros de Montelavar e transportado em estado grave para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde esteve em coma induzido. Continua internado, mas a recuperar favoravelmente.

A família admite que o jovem não deveria ter tentado explorar a locomotiva, mas critica “a ausência de barreiras físicas e a falta de sinalização visível”. “Há famílias, muitas crianças, que diariamente cruzam aqueles carris para chegar à lagoa. Aconteceu com o meu filho, mas podia ter acontecido com qualquer outra pessoa”, lamenta um familiar ao Correio da Manhã.

Nas horas seguintes ao incidente, foram colocadas correntes sinalizadoras junto ao apeadeiro para impedir o acesso pelo caminho que leva à locomotiva. Não foi possível apurar quem tomou essa iniciativa.

Contactada pelo jornal, a Infraestruturas de Portugal (IP) negou qualquer falha de segurança e garantiu que “todos os elementos em tensão, bem como o equipamento ferroviário em causa, possuem sinalização regulamentar de aviso de perigo de morte por eletrocussão”.

A IP sublinha que a zona é de “domínio ferroviário e de acesso interdito a pessoas não autorizadas” e confirma que está a analisar as causas do acidente, “não tendo sido detetadas anomalias no sistema de catenária”. A Autoridade Nacional de Segurança Ferroviária (ANSF) confirmou essa conclusão, acrescentando que a distância entre os elementos em tensão cumpre as normas previstas.

A ANSF afirmou não ter identificado “situações anómalas” no incidente de Pedra Furada, mas reconhece que “esporadicamente” ocorrem comportamentos de risco de jovens em zonas ferroviárias. A entidade reforça a importância da sensibilização para evitar acidentes que podem ter consequências fatais.

Menos de duas semanas depois, a 4 de outubro, outro jovem, de 18 anos, ficou gravemente ferido ao ser eletrocutado na Estação do Rossio, em Lisboa, depois de subir ao topo de um comboio durante uma manifestação pró-Palestina. O jovem permanece internado no Hospital de São José.

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