Coimbra

Desaparecimento do Hospital dos Covões é “erro sem perdão”, adverte João Silva

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 08-06-2020

O ex-autarca João Silva (PS) considerou, hoje, que “o desaparecimento” do Hospital dos Covões (Coimbra), enquanto hospital central, é um “erro técnico e político sem perdão”.

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Autor de uma carta aberta dirigida à titular da pasta da Saúde, o ex-vereador da Câmara conimbricense acaba de advertir a chefia do gabinete de Marta Temido que uma “machadada na memória de António Arnaut” é algo com que “o Ministério vai ficar marcado”.

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António Arnaut, falecido há dois anos, foi o criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) enquanto ministro dos Assuntos Sociais no final da década de 70 [do século XX].

Sob o lema “Quem te avisa teu amigo é”, o antigo vereador alerta a ministra para o risco de “se [estar a] trabalhar no desmantelamento” do Hospital dos Covões (HG), “esquecendo um longo passado de serviço aos cidadãos de Coimbra e da região Centro, ignorando os méritos da sua acção no presente e desprezando as suas potencialidades no preciso momento em que se afirma a vontade de apostar no SNS”.

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De resto, para o ex-autarca, “o desmantelamento” do HG é, “sem sombra de dúvida, uma afronta a Coimbra e à sua História e uma desconsideração às populações” do Centro de Portugal.

A terceira mensagem enviada, no horizonte de duas semanas, à chefia do gabinete da ministra da Saúde coincide com a divulgação de um texto com que João Silva se insurge contra “erros, confusão e cobardia política”.

Apologista da implantação junto ao HG da futura maternidade de Coimbra, João Silva entende que ela “ajudará a requalificar espaços da margem esquerda [do rio Mondego], evitará agravar o drama existente no campus do mastodôntico” polo de Celas do CHUC e contribuirá para “reforçar componentes clínicas do Hospital dos Covões”.

“Parece ninguém saber o que fazer aos Covões (…); a confusão a que se assiste é verdadeiramente deprimente e o que parece é haver uma estratégia de encerramento, estratégia cobarde na medida em que não é claramente assumida”, opina o antigo autarca.

Do ponto de vista do ex-vereador, os Covões “poderiam ser uma mais-valia para os [antigos] HUC, para a cidade e para a região, mas estão transformados num problema de competência política e técnica, sendo imagem de uma certa cobardia, pois há silêncios de mais, seja da Universidade, seja das ordens profissionais”.

“Também é evidente”, prossegue João Silva, a existência de “um conjunto de interesses corporativos que levam à desconsideração da hipótese de manutenção e requalificação do Hospital dos Covões, porque este fica ‘muito longe’ da grande maioria dos consultórios privados, situados, sobretudo, na margem direita” [do Mondego].

Na fase de desenho de um “Programa de Recuperação Económica e Social (…), parece-me que o Ministério da Saúde e Coimbra têm de se entender rapidamente sobre o parque hospitalar e a sua requalificação”, conclui João Silva, em cujo ponto de vista os Covões “não podem ser encerrados, semi ou totalmente”.

 

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