O paradeiro de João José Gomes Teles, natural de Câmara de Lobos, na Madeira, continua desconhecido quase três décadas após o seu misterioso desaparecimento.
O jovem, então com 16 anos, foi visto pela última vez na manhã de 6 de outubro de 1998, no Largo do Machiqueiro, antes de seguir para a escola. Desde esse dia, nunca mais deu sinal de vida.
Na altura, João José era aluno do 9.º ano na Escola do Estreito de Câmara de Lobos. Vestia calças de ganga azul, camisa aos quadrados em tons verde e amarelo com riscas pretas, sapatos de borracha pretos e meias brancas. Media cerca de 1,60 metros e tinha cabelo e olhos castanhos.
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A investigação arrancou apenas 48 horas após o desaparecimento, um atraso que muitos consideram ter comprometido a recolha de provas cruciais. Durante anos, circularam teorias contraditórias. Algumas pessoas sugerem que João poderá ter emigrado voluntariamente, rompendo todos os laços com a família. Outras suspeitam de algo mais sombrio, como se pode ler no SOL.
Em 2004, houve contactos com autoridades brasileiras através da Interpol, perante uma informação não confirmada de que o jovem estaria no Brasil, segundo o Diário de Notícias da Madeira.
Este caso ganha contornos ainda mais inquietantes por ter ocorrido numa época em que a Madeira foi palco de investigações relacionadas com redes internacionais de exploração infantil. Em 1997, Warwick Spinks foi acusado de envolvimento numa rede pedófila com ligações à Bélgica e Holanda, suspeita de ter utilizado crianças madeirenses entre 1982 e 1997. Alguns filmes pornográficos com menores foram identificados e comercializados em cidades europeias.
Apesar de algumas condenações, o principal nome da rede, Warwick Spinks, nunca chegou a ser detido ou julgado. O seu paradeiro permanece incerto.
Maria da Conceição, mãe de João José, continua a manter viva a esperança de rever o filho. Todos os anos, no aniversário do desaparecimento, manda celebrar uma missa na sua memória e não desiste de pedir ajuda. “Não importa o que ele tenha feito, quero o meu filho de volta. Acredito que um dia ele vai regressar”, desabafa ao Correio da Manhã.
Hoje, se estiver vivo, João José teria 43 anos. O mistério permanece, e a dor da família continua sem resposta.
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