O sócio minoritário da AtlanticEagle Shipbuilding (AES), na Figueira da Foz, espera que a visita de deputados timorenses, hoje realizada, permita resolver a indefinição dos investimentos de Timor-Leste nos estaleiros navais.
“Espero que a visita seja um veículo para desbloquear esta situação”, declarou o empresário Bruno Costa.
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O sócio-gerente da AES falava aos jornalistas, no contexto de uma visita efetuada por uma delegação parlamentar timorense aos estaleiros navais, dos quais o Estado de Timor-Leste é o principal acionista, com 95% do capital, enquanto Bruno Costa detém os restantes 5%.
No âmbito de uma visita oficial a Portugal da Comissão C – Finanças Públicas do Parlamento Nacional de Timor-Leste, uma delegação parlamentar da antiga colónia portuguesa esteve hoje reunida com responsáveis locais dos estaleiros, no distrito de Coimbra.
“É importante que o meu sócio beneficie do bom desempenho da empresa”, defendeu Bruno Costa, no final de uma reunião com a representação timorense, que incluía deputados de vários partidos com assento no parlamento de Díli.
Os deputados da Comissão C não prestaram declarações aos jornalistas.
A visita destinou-se a acompanhar a evolução do processo de construção do navio “Haksolok”, que se arrasta há anos, e do investimento timorense nos estaleiros, do qual Timor-Leste é o sócio maioritário através de uma empresa privada com 100% de capitais públicos.
Com capacidade para transportar 377 passageiros, 26 veículos ligeiros e até 5.500 quilos de carga, o “Haksolok” foi encomendado para fazer a ligação marítima entre o enclave timorenses de Oecusse, no oeste do país, a ilha de Ataúro e a capital de Timor-Leste, Díli.
O ‘ferry boat’ tem 73 metros de comprimento e 12 metro de largura.
O sócio maioritário da AES, com 95% do capital, é precisamente a Região Administrativa Especial de Oecusse Ambeno (RAEOA).
“Todos esperamos que a RAEOA cumpra o que estava previsto”, enfatizou Bruno Costa, explicando que o Estado timorense, através desta entidade regional, já transferiu para a AES cerca de 12 milhões de euros, faltando ainda receber oito milhões de euros, o que tem atrasado o processo de construção do “Haksolok” e afetado o normal funcionamento da empresa da Figueira da Foz.
O português Leonel Inácio, assessor internacional da Comissão C – Finanças Públicas do Parlamento Nacional de Timor-Leste, reconheceu aos jornalistas a importância da visita dos deputados para solucionar o problema do investimento da RAEOA na AES, bem como para desbloquear a construção do ‘ferry’.
“O processo de construção deste navio tem sofrido vários entraves”, salientou Leonel Inácio.
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