Política

Deputado do Livre Jorge Pinto será candidato a Belém

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 22-10-2025

O deputado do Livre Jorge Pinto vai candidatar-se às eleições presidenciais de janeiro, confirmou à Lusa o próprio, que enviou esta noite uma mensagem aos militantes do seu partido.

“Quero com esta candidatura continuar a contribuir para que o Livre continue a ser o partido das utopias concretas. E há tanto que podemos fazer”, lê-se numa mensagem enviada por Jorge Pinto aos membros e apoiantes do partido liderado por Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes, e à qual a Lusa teve acesso.

No mesmo texto, Jorge Pinto pede aos militantes do Livre o seu apoio – depois de esta semana ter sido noticiado que o partido deveria apoiar um candidato próprio e não candidatos já conhecidos à esquerda como o socialista António José Seguro, a antiga coordenadora do BE Catarina Martins ou o ex-deputado do PCP António Filipe.

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Na opinião do dirigente e deputado, eleito pelo círculo eleitoral do Porto, “o mundo entrou numa nova realidade cujas consequências da nossa ação (ou inação) terão impactos durante as próximas décadas”.

Jorge Pinto refere que a atual composição parlamentar nacional está “marcada por uma maioria de direita com a extrema-direita” e considera que a governação PSD/CDS-PP “tem aprofundado os problemas nos pilares centrais do nosso Estado Social, a que acresce a emergência na habitação e o desinteresse na educação e ciência”.

“Neste novo mundo, Portugal pode e deve liderar os esforços para afirmar o país e a União Europeia como um polo de defesa intransigente dos Direitos Humanos, do feminismo, da luta antirracista e da transição ecológica. Mas para isso, é preciso coragem e vontade”, salienta na mensagem.

O dirigente do Livre diz candidatar-se “com posições muito claras e inequívocas quanto ao papel do país na União Europeia e desta num mundo cada vez mais multipolar”.

“É nesta incerteza que Portugal e a UE têm de encontrar a sua voz autónoma. O projeto europeu foi, é, e tem de continuar a ser um projeto de paz. Não uma paz traduzida como a capitulação dos mais fracos, mas antes e sempre uma paz justa”, argumenta.

Para Jorge Pinto, “é possível pensar num projeto de autonomia que não se traduza em austeridade”.

“Pelo contrário, falar de defesa a nível da UE ou nível nacional só faz sentido se servir para reforçar o nosso Estado Social, a nossa autonomia energética, a transição ecológica, a ciência, o direito ao tempo e o respeito da dignidade de todas e de todos. A história europeia mostra que isto é possível”, sustenta no texto.

No remate do apelo, Jorge Pinto termina: “Se o presente nos é imposto, o futuro é o que dele fizermos”.

Jorge Pinto tem 38 anos e é natural de Amarante, distrito do Porto.

Formado em Engenharia do Ambiente, é também doutorado em Filosofia Social e Política, com uma tese sobre “republicanismo, ecologia e pós-produtivismo”.

Esteve envolvido na fundação do Livre, integrando a atual direção (Grupo de Contacto), e é deputado na Assembleia da República desde 2024.

Escreveu vários livros, incluindo a obra “Rendimento Básico Incondicional – Uma defesa da Liberdade”, publicado em 2019, e “A Liberdade dos Futuros”, onde desenvolve a tese de “como uma política assente na promoção da autonomia pode contribuir para uma sociedade mais justa num planeta sustentável”.

As eleições presidenciais vão realizar-se em janeiro de 2026.

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