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Dentro de 5 anos, vamos todos ser patrões

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 horas atrás em 05-05-2025

A inteligência artificial vai mudar radicalmente a forma como trabalhamos e não é uma previsão longínqua. Segundo a Microsoft, num futuro muito próximo, praticamente todos os trabalhadores serão responsáveis por liderar agentes de IA, e não equipas humanas.

A tecnológica norte-americana antecipa o surgimento das chamadas “empresas de fronteira”, organizações altamente automatizadas onde os trabalhadores digitais, ou agentes autónomos de IA, assumem múltiplas funções operacionais. Neste novo modelo, o papel humano passa a ser o de um gestor de IA, alguém que cria, delega tarefas e orienta estas ferramentas para maximizar o impacto do seu trabalho.

“Todos terão de pensar como líderes de uma startup gerida por inteligência artificial”, afirmou Jared Spataro, executivo da Microsoft, num artigo publicado no blogue oficial da empresa, a 23 de abril. O conceito é claro: numa primeira fase, todos os trabalhadores terão um assistente pessoal de IA; mais tarde, passarão a partilhar o espaço com “colegas digitais” que assumem tarefas específicas; por fim, os humanos tornam-se os supervisores destes agentes, focando-se em áreas mais estratégicas, como logística, cadeias de abastecimento ou gestão de clientes.

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Este não é apenas um exercício de futurologia: a Microsoft já tem um produto no mercado que antecipa esta transformação. O Copilot Studio, uma plataforma que permite às empresas configurar os seus próprios bots de IA, está já a ser usado por organizações como a McKinsey para agendamento de reuniões, entre outras tarefas.

A mudança, porém, não está isenta de riscos. O Fundo Monetário Internacional alerta que 60% dos empregos nas economias desenvolvidas estão expostos à IA. A Fundação Francisco Manuel dos Santos, por sua vez, estima que 30% dos postos de trabalho em Portugal poderão desaparecer devido à digitalização e automatização, como consta no ZAP.

Apesar do impacto negativo sobre funções tradicionais, o Fórum Económico Mundial apresenta uma visão mais equilibrada: a IA poderá eliminar 92 milhões de empregos, mas criar 170 milhões, resultando num saldo positivo de 78 milhões de novos postos de trabalho nos próximos cinco anos.

A era do trabalhador que manda em algoritmos está a chegar e será melhor começar a preparar-se para ser patrão de máquinas.

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