Antes que o mundo se desfaça — talvez já esteja em frangalhos —, os adultos precisam de voltar à escola. Não a essa escola das fórmulas e dos mapas, mas aquela onde se aprende as Humanidades, o sentido crítico antes de julgar, onde o conhecimento é pensado com sensibilidade.
Precisamos de reaprender o básico: olhar, ouvir e perceber com os sentidos mais afiados. Sabemos que há pessoas admiráveis, aquelas que fazem o certo sem aplausos nem holofotes. E fazer o certo, convenhamos, não é privilégio de berço.
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A vida adulta, em parte, é isso: seguir regras. E, sinceramente, não custa. O essencial está na simplicidade — e o simples, quando bem feito, transforma. Não dá para culpar sempre o poder público pelas ruas sujas e passeios imundos. A conta é coletiva.
Já viu alguém jogar lixo pela janela do carro? Ou deixar móveis entulhados nos passeios, impedindo a passagem? E os cocós dos cães — presentes indesejados -, deixados por tutores distraídos ou negligentes?
As pequenas atitudes somadas moldam o mundo onde todos vivemos. A pressa do cotidiano justifica quase tudo. “Ninguém está a ver”, dizem. A nossa consciência devia ser o “outro” que imaginamos. Mas estão. Filma-se, publica-se. E mesmo que não vejam deve imperar o senso.
Segundo a organização, World Wide Fund for Nature (WWF), mais de 5,5 milhões de toneladas de plástico invadiram os oceanos em 2024, ou seja, o equivalente a 1 milhão de sacos de plástico consumidos por minuto. A Organização Não Governamental de Ambiente (Quercus), alerta que no mundo consomem-se cinco biliões de sacos de plástico por ano, mais de 600 por pessoa.
Sim, esta história dos plásticos é antiga mas repete-se. Mas precisamos ouvi-la de novo e atualizada. A escola que nos falta é a da consciência, a do essencial, dentro e fora de casa.
Basta a atitude certa, e tudo muda. A contribuição mínima de cada um potencia o “ouro sobre o azul”.
OPINIÃO | ANGEL MACHADO – JORNALISTA
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