Política
De boné na cabeça e planos na mão, José Manuel Silva promete levar o Metrobus até Cantanhede e Condeixa
O presidente e recandidato pela coligação Juntos Somos Coimbra, José Manuel Silva, criticou esta sexta-feira, 10 de outubro, a greve dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), classificando-a como “claramente política” e com o objetivo de “prejudicar as pessoas e interferir nas eleições”.
“Infelizmente, hoje temos uma greve que é claramente uma greve política, apenas para prejudicar as pessoas”, afirmou José Manuel Silva em entrevista ao Notícias de Coimbra. “Há aqui uma tentativa — que não vai ter êxito — de interferir no resultado das eleições.”
O autarca lembrou que o Governo “tinha marcado uma reunião com o sindicato”, mas que o STAL (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local) “preferiu marcar uma greve na antevéspera das eleições”.
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Confrontado com críticas da candidata socialista Ana Abrunhosa, que o acusou de não ter cumprido uma promessa sobre os SMTUC, José Manuel Silva foi perentório: “Eu não fiz promessa nenhuma de resolver o problema em quatro anos. O vídeo está gravado, é público — a palavra promessa não é usada, nem a palavra prazo. O que eu disse, e mantenho, é que há soluções para os problemas dos motoristas e estamos a trabalhar nelas.”
O recandidato sublinhou que as dificuldades nas carreiras e suplementos dos motoristas dependem do Governo, e não exclusivamente da Câmara.
“O suplemento depende do Governo, a revisão das carreiras depende do Governo, e a empresarialização depende da Assembleia Municipal e do Tribunal de Contas”, explicou.
Segundo o autarca, o executivo liderado pela AD foi o primeiro a demonstrar “vontade de diálogo” sobre os transportes urbanos.
“Durante dois anos e meio do nosso mandato, o Governo socialista não deu qualquer resposta. Só com os governos da AD é que começou a haver vontade de dialogar sobre esta matéria”, disse.
José Manuel Silva defende ainda que o sindicato “impediu uma reunião” ao convocar a greve e garante que a autarquia apresentou três soluções em estudo: atribuição de um suplemento específico, revisão de carreiras e empresarialização do SMTUC.
“Nós estamos a cumprir rigorosamente o compromisso que assumi há quatro anos — trabalhar nas soluções. Nunca prometi resolver o problema, porque as decisões não dependem de mim.”
Questionado sobre o que os eleitores podem esperar caso seja reeleito, o candidato da coligação Juntos Somos Coimbra respondeu com confiança: “Podem esperar um melhor presidente, porque estou mais experiente. Gerir uma Câmara como Coimbra exige tempo de aprendizagem e reorganização. O remédio é o trabalho, é continuar a trabalhar.”
José Manuel Silva garante que Coimbra “está mais viva e dinâmica” e promete continuar a “acelerar o funcionamento da Câmara”, apresentando um programa com 204 medidas. “As pessoas reconhecem que Coimbra está diferente, mais viva e com mais gente. Agora é continuar com o mesmo ritmo de trabalho.”
O autarca considera que o Metrobus é a “obra mais emblemática” do seu mandato e rejeita críticas de eleitoralismo. “Se não tivéssemos posto o Metrobus a funcionar, seríamos incompetentes. Como conseguimos, dizem que é eleitoralismo. O nosso trabalho foi servir os munícipes o mais rapidamente possível.”
Atualmente, segundo o autarca, o sistema já transporta mais de 7 mil pessoas por dia. Para os próximos quatro anos, José Manuel Silva quer “avançar com a nova maternidade, o Palácio da Justiça e a expansão do Metrobus para Cantanhede e Condeixa”.
Num momento mais descontraído da entrevista, o presidente confessou o gosto pessoal por bonés. “Desde miúdo que uso bonés. Tenho pele clara, e os raios ultravioletas são tóxicos. Identifico-me com este instrumento de proteção craniana”, brincou, dizendo que o seu preferido é “o boné da Câmara Municipal”.
As eleições autárquicas realizam-se este domingo, dia 12, entre as 8:00 e as 19:00. José Manuel Silva recandidata-se pela coligação Juntos Somos Coimbra, disputando a presidência com Ana Abrunhosa (PS) e outros candidatos.
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