A meia temporada da programação do Teatro Académico Gil Vicente (TAGV) de Coimbra, entre setembro e fevereiro de 2026, vai continuar a apostar na mediação, iniciativa que contribuiu para um aumento de público na temporada passada.
Ao longo dos próximos seis meses, as atividades vão estender-se pelos domínios do cinema, teatro, música, dança e humor, passando pela mediação – uma forma de colocar o público em diálogo com os artistas, que permitiu um aumento de afluência, no período de 2024/2025, adiantou o diretor do TAGV, Sílvio Correia Santos.
“O TAGV, na temporada anterior, de 2024/2025, teve cerca de 43 mil espetadores, uma subida em relação à temporada anterior, em que ainda não tinha chegado aos 40 mil [registaram uma afluência de mais de 39 mil pessoas]”, revelou.
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O principal contributo para esta subida, como reconhece o diretor, no cargo desde maio de 2023, é o trabalho feito há cerca de um ano e meio no âmbito da mediação.
Neste sentido, o Teatro do Vestido apresenta, nos dias 12 e 13 de dezembro, um espetáculo fruto de uma residência, em que a companhia esteve vários dias no bairro da Relvinha, a ouvir e envolver a comunidade no processo.
Conversas em colaboração com o Semente Atelier, caminhadas pelos ‘neons’ da cidade e a parceria com uma nova associação da cidade, a Estrutura Baldia, que promoverá “uma espécie de ‘amuse-bouche’” antes dos espetáculos, são algumas das propostas do TAGV, que hoje celebra 64 anos.
Ao longo da conferência para apresentação da meia temporada, que decorreu na tarde de hoje, em Coimbra, o diretor destacou, no campo do teatro, mais uma edição do “École des Maîtres”, um projeto de formação internacional, cuja proposta artística será apresentada no dia 11 de setembro.
Ao palco do teatro conimbricense sobem ainda os Artistas Unidos, no dia 04 de outubro, e o terceiro momento do “Diário de uma República”, um projeto da Amarelo Silvestre, que no dia 06 de fevereiro falará sobre a habitação.
O TAGV acolhe também a peça de Ricardo Correia “Welcome to Europe”, no final de fevereiro, incluída na Mostra de Teatro Galego, numa coprodução com a Escola da Noite e a Cena Lusófona.
No domínio da dança, há dois momentos do festival Linha de Fuga, ‘workshops’ e atividades de mediação – as conversas “O que me faz artista?”, com Marina Guzzo e Jan Fedinger.
O espetáculo de acrobacia aérea, por Margarida Montenÿ, em outubro, é outro dos pontos altos do programa, que proporcionará ainda espetáculos de ‘stand up comedy’, por Bruna Louise, Hugo Sousa, Rafael Portugal, Renato Albani e Raphael Ghanem.
Na vertente do cinema, partindo dos clássicos italianos, em setembro, e passando pela produção francesa, estão também previstas atividades no âmbito do Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho, do Curtas Vila do Conde e do Caminhos do Cinema Português.
No dia 04 de outubro, o TAGV reúne “vizinhos e amigos para comemorar o Dia da República”, numa festa na Praça da República, cujo programa será anunciado em breve.
No universo da música, além do Festival Internacional de Jazz, o TAGV estará no Ciclo Orphika.
O vice-reitor para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta da Universidade de Coimbra (UC), Delfim Leão, adiantou que este ciclo, a decorrer entre 08 de novembro e 08 de dezembro, reúne quatro dezenas de espetáculos, com “alguns dos mais emblemáticos” a terem o TAGV como palco.
Presente na conferência, Delfim Leão defendeu que o Teatro Académico de Gil Vicente representa o coração cultural da UC, resistente nos seus 64 anos e pronto para mais 64.
Sílvio Correia Santos aproveitou a ocasião para dizer que o TAGV tem promovido um diálogo com a Metro Mondego, procurando forma de contornar as obras que estão a decorrer à porta do teatro, localizado na Praça da República.
“Teremos aqui uma paragem do novo Sistema de Mobilidade [autocarros elétricos que circulam em via dedicada], o que é extraordinário em termos de acesso”, acrescentou.
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