Saúde

Criada primeira associação de doentes com enxaqueca e cefaleias

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 09-09-2019

Será apresentada publicamente no próximo dia 12 de setembro a primeira associação de doentes, em Portugal, que tem como principal objetivo apoiar os doentes que sofrem de enxaqueca e cefaleias.

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Com o nome MiGRA Portugal, palavra que deriva do inglês migraine e que significa enxaqueca em português, esta nova associação vai ser dada a conhecer num evento da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, que assinala o Dia Europeu de Ação na Enxaqueca, e que se realizará no dia 12 de setembro às 18h00 no auditório dos Serviços Sociais da C.M. Lisboa, Olaias. 

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A enxaqueca afeta cerca de 1,5 milhões de portugueses, sobretudo pessoas em idade ativa, e resulta em incapacidade temporária para os doentes aquando das crises, que podem durar vários dias. A enxaqueca e as cefaleias são a segunda maior causa de anos vividos com incapacidade na população portuguesa dos 5 aos 49 anos. Na Europa, os custos apenas com a enxaqueca estimam-se entre 18 e os 27 milhões de euros.

“Sentíamos que estes doentes estavam um pouco perdidos em Portugal e não tinham nenhuma associação que os representasse e apoiasse. Os doentes com enxaqueca e cefaleias sentem-se frequentemente incompreendidos porque estas são doenças invisíveis que continuam a não ser devidamente valorizadas no nosso país. Embora exista um grande desconhecimento da população em torno destas patologias, a verdade é que são incapacitantes e afetam gravemente a qualidade de vida dos doentes, a nível pessoal, familiar, social e profissional. A enxaqueca e as cefaleias são doenças invisíveis e incapacitantes, são doenças reais, e como tal necessitam de uma associação que represente e apoie estes doentes.”, revela Madalena Plácido, presidente da MiGRA Portugal e também ela doente com enxaqueca.

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Madalena Plácido acrescenta ainda que “com a criação desta associação, queremos desenvolver diversas iniciativas de sensibilização junto, tanto da população, como da comunidade médica, e aumentar o conhecimento em relação a estas doenças tão incapacitantes. Acreditamos que seremos um apoio fundamental para que, daqui para a frente, seja possível, em conjunto com diversas entidades, melhorar a qualidade de vida e a literacia em saúde dos doentes com enxaqueca e cefaleias”.

O estudo My Migraine Voice, promovido pela European Migraine e Headache Alliance (EMHA), reconheceu o impacto da enxaqueca na vida profissional dos doentes, relatando que metade dos doentes inquiridos no estudo faltou ao trabalho cerca de 4 dias por mês devido à doença. No total, os doentes reportaram ainda uma média de 10 dias prejudicados, no mês anterior à realização do estudo. Os participantes partilharam ainda que a enxaqueca gera vários sentimentos negativos, incluindo a incompreensão por parte dos outros (54%), a sensação de impotência face à doença (43%) e a depressão (40%). Este foi o maior estudo realizado a nível mundial, envolvendo cerca de 11 mil doentes com enxaqueca, e que incluiu também doentes portugueses. 

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