Saúde

Creme revolucionário promete acabar com as cicatrizes

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 36 minutos atrás em 23-09-2025

Cientistas australianos podem ter dado um passo importante para tornar as cicatrizes mais naturais na aparência da pele, graças a um novo creme que atua ao nível molecular.

O estudo, conduzido pelo Hospital Fiona Stanley e pela Universidade da Austrália Ocidental, testou o medicamento tópico PXS-6302, desenvolvido pela empresa de biotecnologia Syntara, em 50 voluntários com cicatrizes maduras. O creme tem como alvo as lisil oxidases, enzimas responsáveis pela organização do colagénio — processo crucial para a pele, mas hiperativo nas cicatrizes, tornando-as rígidas e com textura áspera.

Segundo os investigadores, “as cicatrizes cutâneas continuam sendo um desafio clínico substancial devido ao seu impacto na aparência e no bem-estar psicológico”, destacando a relevância do estudo publicado na Science Translational Medicine.

PUBLICIDADE

O ensaio clínico revelou sinais de remodelação do tecido cicatricial: redução de 66% da atividade das lisil oxidases, diminuição do conteúdo de colagénio e formação de novos vasos sanguíneos, essenciais para a saúde da pele. A aplicação do creme não provocou efeitos adversos graves, apenas irritações leves a moderadas, que desapareceram após a interrupção do tratamento.

Embora os participantes não tenham notado mudanças estéticas significativas numa fase inicial, os resultados moleculares indicam que o creme PXS-6302 tem potencial para transformar cicatrizes, mesmo em tecidos estabelecidos há anos.

Os autores do estudo reforçam que “até onde sabemos, este estudo representa a primeira demonstração de uma intervenção farmacêutica segura e eficaz que melhora significativamente a composição molecular da matriz extracelular da cicatriz estabelecida em humanos”.

A próxima fase do estudo envolverá ensaios clínicos de Fase 2, com cicatrizes mais graves, para avaliar não só a segurança e alterações bioquímicas, mas também os resultados visíveis e o impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Se confirmadas, estas descobertas poderão mudar a forma como as cicatrizes são tratadas, oferecendo uma alternativa não invasiva a lasers, injeções e cirurgias, proporcionando um cuidado mais simples e acessível para milhões de pessoas em todo o mundo.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE