Coimbra

Covid-19: Sindicato quer reintegração de delegado que alertou empresa de Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 08-04-2021

O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação exigiu hoje a reintegração do seu delegado suspenso numa empresa de Coimbra por alegadamente ter alarmado os companheiros com informações sobre a covid-19.

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“Acusam-no de ter provocado alarmismo junto dos colegas sobre o que se estava a passar com a covid-19 e isso prejudicava o bom nome da empresa”, afirma a organização em comunicado.

Os trabalhadores da Probar, uma empresa de transformação e comercialização de carnes, em Cernache, arredores de Coimbra, “recorriam ao sindicato, aflitos e alarmados com o que se estava a passar”.

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“De imediato, o sindicato procurou contactar os ‘recursos humanos’, que raras vezes nos atenderam. Num desses contactos, perguntámos quantos trabalhadores estavam infetados e lá nos comunicaram que, entre infeções e pessoas de quarentena, se contabilizavam 19”, adianta.

A direção do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) exige a reintegração na empresa do seu representante António Cordeiro.

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“Só muito depois, já com a situação ainda mais grave, é que começaram a mandar fazer testes na Cruz Vermelha Portuguesa, em Coimbra, comprovando-se as justas preocupações do nosso delegado sindical e dos trabalhadores. Afinal, a situação não estava controlada conforme afirmava a empresa”, lamenta.

Na sequência de um trabalhador “ter sido infetado na secção”, o delegado sindical “ficou em confinamento em casa”, disse à agência Lusa o dirigente sindical Avelino Mesquita.

“No final do confinamento, apresentou-se na empresa, tendo-lhe sido barrada a entrada pelo segurança na portaria, que lhe apresentou um documento para assinar a informá-lo de que estaria suspenso até haver averiguação do processo disciplinar”, segundo a nota.

O que estava em causa, contudo, “era a defesa da saúde dos trabalhadores, seus colegas e, apesar de saber das anomalias e problemas com o incumprimento das normas da Direção Geral da Saúde, nem ele nem o sindicato o tornaram público”.

“Se há aqui alguém que devia ter processo seriam os patrões, pois ao delegado sindical até lhe deviam agradecer os alertas que fez”, defende o SINTAB, apelando aos trabalhadores para que “não se deixem intimidar e unidos combatam a prepotência”.

A Lusa questionou a administração da empresa sobre o assunto, mas ainda não foi possível obter a sua posição.

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