Um médico de Coimbra, imunologista, considerou, hoje, “surpreendentes os recentes resultados experimentais” no tratamento da covid-19 alcançados com Ivermectina, fármaco usado no combate aos piolhos.
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Em declarações a NOTÍCIAS de COIMBRA, Manuel Santos Rosa, professor catedrático de Medicina, advertiu, no entanto, ainda se estar “longe de utilização prática”.
Cientistas da Universidade australiana de Monash descobriram que o sobredito fármaco usado para matar piolhos indicou, em testes “in vitro”, poder resultar no combate ao novo coronavírus.
O uso de Ivermectina para combater a covid-19 depende de provas pré-clínicas e de ensaios clínicos.
Um estudo – liderado pela Universidade Monash, coadjuvada pelo Instituto Peter Doherty – demonstrou que uma dose única do medicamento pode interromper o crescimento da covid-19 na cultura de células.
“Descobrimos que uma única dose poderia remover todo o RNA viral por 48 horas e que, após 24 horas, havia uma redução realmente significativa”, disse Kylie Wagstaff, do Instituto Monash Biomedicine Discovery, citada pela publicação Daily Mail.
Ivermectin funcionou também no tratamento do HIV (sida), dengue e do vírus do Zika. A elefantíase (ou “cegueira dos rios”) também é tratada com este fármaco.
“Quanto a aspectos imunitários, são necessários muito mais estudos para percebermos o que acontece numa população pós-pandemia e se a eventual imunização é eficaz e duradoura”, indicou o ex-director da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Para Santos Rosa, o facto de o novo coronavírus utilizar os receptores ACE2 (para a enzima de conversão da angiotensina) põe “um desafio muito especial pela grande dispersão e densidade celular” de tais receptores e a “agressão pulmonar, cujas defesas se centram eventualmente em fases críticas nos macrófagos (células dominantes no pulmão profundo)”.
Trata-se de “dois pontos a explorar para melhor entender a susceptibilidade individual para uma progressão com gravidade desta infecção”, assinala o imunologista.
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